Diretor do BB diz que modelo de financiamento do setor agropecuário é insuficiente

19/11/2008 - 17h41

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O modelode financiamento ao setor agropecuário brasileiro tem semostrado insuficiente. A avaliação é dovice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, LuísGuedes Pinto, que propõe o fim das renegociaçõese prorrogações de dívidas pelo governo. GuedesPinto informou que atualmente o setor conta com três fontes definanciamento: o sistema financeiro, sendo o Banco do Brasil o maiorfinanciador (62,7%); recursos dos próprios produtores e dastrades; e empresascomercializadoras de produtos agrícolas. No caso do sistemafinanceiro, ele lembra que os juros “são controlados” eestão em 6,75% ao ano. Segundo ele, essa fonte supre um terçodas necessidades do setor. E as trades cobram cerca de 30% dejuros ao ano. Odiretor do BB enfatiza que o financiamento ao setor é dealto risco por conta da “própria natureza” do setor, quetem muita variação de preços. “Por isso, essetipo de financiamento não é muito atraente”, afirmouGuedes Pinto. Ele enfatizou que o Banco do Brasil atua nesse segmentopor se tratar de uma instituição pública. Pelaproposta de Guedes Pinto, que já foi ministro da Agricultura,deveria ser ampliado o uso do seguro rural. Atualmente, o governofederal paga 50% do seguro para os produtores. Em São Paulo, ogoverno paga mais 25%. Outra medida necessária, na opiniãodo vice-presidente de Agronegócios do BB, é estabelecerum seguro de renda, com subsídio do governo. Seria umaproteção para o futuro (hedge), com garantia depreço. Quando o governofaz a prorrogação e equalização dedívidas, isso onera o Tesouro Nacional em R$ 3,5 bilhõesa R$ 4 bilhões por ano. A estimativa é que, pela metadedesse valor, R$ 2 bilhões, se poderia fazer um amploprograma”, disse Guedes Pinto. Ele informou que, napróxima semana será criado um grupo de trabalho comrepresentantes do setor produtivo, do governo e da Bolsa deMercadorias e Futuros (BM&F) para debater a proposta. Aexpectativa é que março ou abril a proposta estejatotalmente definida.