Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca de 2 milhões de pessoas devem ir aos cemitérios de São Paulo hoje (2). O número esperado pelo serviço funerário da prefeitura é menor que o registrado no ano passado em razão dos eventos que a cidade recebeu neste Dia de Finados, como o Grande Prêmio de Fórmula 1 e o Salão do Automóvel. Cemitério mais visitado da capital, o Vila Formosa espera receber mais de 400 mil visitas neste domingo. Maior necrópole da América Latina, o Formosa tem uma área total de 763.175 metros quadrados e mais de 100 mil sepulturas. Já foram enterradas ali mais de 1 milhão e 500 mil pessoas desde a sua fundação, em 1949. "Renovamos a pintura dos jazigos e das ruas e todos os funcionários estão de plantão hoje para atender os cidadãos", diz Maria Lucia de Caravalho, administradora do cemitério. Foram celebradas duas missas e evangélicos foram até o local para fazer uma oração aos mortos. "Os umbandistas, espíritas, todas as religiões vem aqui neste dia. Além da diversidade, o Formosa também é muito pacífico, todos se respeitam", completa.A aposentada Laura Thomaz foi ao Formosa para homenagear seu pai, falecido há cerca de quatro meses. "Sou evangélica e não costumo ir a cemitéios, mas como ele era católico e o que conta é a fé dele. Vim aqui acender uma vela", conta. Em frente ao cemitério ambulantes vendiam velas e uma caixa de fósforo por R$ 2. Uma rosa era vendida por R$ 1 quando a reportagem da Agência Brasil esteve no Formosa. De acordo com Eliana Minoti, proprietária da banca de flores em frente ao cemitério, as vendas neste finado foram fracas. "O inverno acabou com as flores, estamos sem nada." Há 60 anos trabalhando em frente ao Formosa, a proprietária conta que nos últimos anos tem comercializado cada vez menos flores. "As pessoas estão perdendo o costume", explica. O ajudante geral José Aldo dos Santos aproveitou o feriado para visitar o túmulo de sua mãe na companhia de sua irmã, a doméstica Gleide dos Santos. Católicos, os dois consideram importante prestar um tributo no dia dos finados. "Acendemos vela e gostamos de ir à missa do dia", diz Gleide. Os irmãos contam que o desejo de sua mãe era ser enterrada em seu estado natal, Alagoas. "Mas ficaria algo em torno de R$ 8 mil e não tínhamos condições. Ela acabou ficando por aqui mesmo", diz Santos.