Diálogo é o caminho para resolver questão nuclear do Irã, diz Celso Amorim

02/11/2008 - 12h59

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro das Relações Exteriores, Celso Amorim,encerrou hoje (2) visita a Teerã, onde participou da aberturado encontro empresarial Brasil-Irã . Foi a primeira visita deum chanceler brasileiro àquele país, desde 1991, e teve oobjetivo de ampliar o comércio entre os dois mercados. O Irã é o maior importador brasileiro doOriente Médio, absorvendo no ano passado, segundo o Itamaraty,28,7% das exportações nacionais para a região.

No encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros,Manouchehr Mottaki, o chanceler brasileiro destacou a atual situaçãoda economia brasileira e a distribuição de rendaexistente no país, informou a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores (MRE). "Aosgovernos cabem criar as nuvens. Mas quem faz chover são osempresários", disse Celso Amorim.

Na capital iraniana, o ministro brasileiro também comentou asquestões nucleares que envolvem o Irã. Celso Amorimenfatizou que o assunto deve ser resolvido pelo diálogo."O Brasil reconhece que todos os países têm o direitode desenvolver programas nucleares para bens pacíficos", acrescentou.

Ele destacou ainda o papel da Agência Internacional deEnergia Nuclear (AIEA) para solucionar as divergências entre oIrã e os países que criticam o governo daquele país e suapolítica energética. O Brasil se colocou àdisposição para a busca de soluções paraas negociações.

Celso Amorim foi recebido ontem (1º), em audiência, pelo presidente do Irã,Mahmoud Ahmadinejad, a quem entregou carta do presidente Luiz InácioLula da Silva com proposta de visitas de alto nível entre osdois governos.

Eles conversaram sobre a atual crisefinanceira global e concluíram que também existecrise de governança. Neste sentido, o chanceler brasileirodestacou a importância dos países se entenderem e"procurarem influenciar o redesenho da ordem internacional".Avisita de Amorim se insere na estratégia do governo brasileirode reforçar contatos, estimular a diversificaçãodos laços comerciais e manter odiálogo entre os países em desenvolvimento.