Polícia do Paraná divulga fotos de envolvidos em chacina

24/09/2008 - 0h03

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - A polícia do Paraná, que trabalha em conjunto comautoridades paraguaias na captura dos assassinos de 15 pessoas, naúltima segunda-feira (22), começou a divulgar hoje (24) fotos dedois dos três envolvidos no crime. A chacina,considerada a maior do estado, ocorreu em Guaíra, na fronteiracom o Paraguai. Jair Correia teria comandado os assassinatos com aajuda do filho Gleison Correia.Segundoo delegado-chefe da Polícia Federal em Guaíra, ÉricoRicardo Saconato, alguns dos oito sobreviventes que ficaram feridosdurante o massacre, denunciaram a participação tambémde Ademar Fernando Luiz. Os três estão com a prisãoprovisória decretada pelo juiz Wendel Bruniere, da comarca deGuaíra. O delegado contou que, na noite de ontem (23), surgiuuma informação, ainda não confirmada, de que ostraficantes foram vistos no Paraguai. “Mas não écerteza, assim como não é certo que eles ainda estejamvivos, pode acontecer uma queima de arquivo”, disse.Eleacredita que o caso será resolvido nas próximas horas,“até porque todos estão interessados que issoaconteça, principalmente os paraguaios. Os comerciantes tememque as vendas caiam devido à repercussão”.Omotivo do crime foi vingança e acerto de uma dívida deR$ 4 mil entre traficantes de drogas, segundo o delegado. Testemunhasdisseram à polícia que os matadores chegaram de barco,pelo Lago de Itaipu, à favela “Vila Santa Clara”, ondemoravam as vítimas. Eles queriam acertar contas com JocemarMarques Soares, conhecido por Polaco, que já cumpriu pena portrafico de drogas. Além do dinheiro, ele teria ordenado aexecução de um traficante rival. Cercade 200 policiais de vários municípios paranaenses, alémde policiais de corporações especiais, agentes dasPolícias Federal e Rodoviária Federal continuam emGuaíra, auxiliando nas investigações. As buscasestão sendo feitas por terra, ar e pelo Lago de Itaipu, nafronteira com a cidade Salto Del Guairá, no Paraguai.Naopinião do delegado, este crime pode motivar o reforçoda segurança na região. “Com a inauguraçãoda nova aduana – em 2006 – e o aumento da fiscalizaçãona Ponte da Amizade, o transporte ilegal migrou para travessias peloRio Paraná e pelo Lago de Itaipu”. De acordo com ele, seriaimportante uma maior integração entre os órgãosque trabalham no combate à violência e ao tráfico,principalmente com as áreas de inteligência do Exércitoe da Marinha. “ A troca de informações deveria serformalizada entre todos os órgãos brasileiros e pelosgovernos do Brasil e Paraguai e não informalmente como vemsendo feita”, argumenta.