PAC será preservado mesmo com escassez de crédito, garante Mantega

24/09/2008 - 19h43

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A escassez de crédito provocada pelo agravamento da crise internacional não interromperá os empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), afirmou hoje (24) o presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. Ele disse ter ouvido a informação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com quem se reuniu nesta tarde.De acordo com Godoy, o ministro apresentou o compromisso de adotar medidas para que as turbulências na economia mundial não afetem os investimentos produtivos. “O ministro garantiu que o PAC ficará intacto”, disse o presidente da Abdib. A assessoria do Ministério da Fazenda confirmou o teor da conversa.Para manter o nível de crédito para o setor produtivo, destacou Godoy, o Tesouro Nacional também pode aumentar o capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O orçamento da instituição para este ano é de R$ 85 bilhões.O ministro ressaltou também que o governo deve estimular o uso do Fundo de Investimento em Infra-Estrutura com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Segundo Godoy, o FI-FGTS, lançado com o PAC e apresentado como meio de aumentar o nível de investimento no país, já está recebendo projetos.Godoy ressaltou que as empresas estão sentindo a restrição dos financiamentos externos. Ele aconselhou aos investidores que selecionem melhor os projetos já existentes e esperem a decisão do Congresso dos Estados Unidos sobre o pacote de auxílio ao sistema financeiro, antes de optarem por novos empreendimentos.Apesar das dificuldades, o presidente da Abdib afirmou que os investimentos em infra-estrutura e indústrias de base devem alcançar R$ 86 bilhões neste ano. Ele também manteve a expectativa de que os investimentos do setor atinjam R$ 100 bilhões anuais em 2009 ou, no máximo, até 2010.Para Godoy, a atual crise financeira pode, no médio prazo, representar uma oportunidade para o Brasil. Isso porque a desvalorização das aplicações financeiras provoca a valorização dos investimentos do setor produtivo. "Confio muito que o Brasil pode ser beneficiado ao final da crise, pois tem uma posição privilegiada para receber esses investimentos", concluiu.