Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai ao Congresso na próxima semana para falar sobre a suspeita de grampos ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A ComissãoParlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinas marcou o depoimento para quarta-feira (10).A CPI também decidiu convocar odiretor afastado da Abin, Paulo Lacerda, e o diretor da Polícia Federal, LuizFernando Corrêa. Os dois, assim como Jobim, são obrigados a ir. Já o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),Gilmar Mendes, será convidado, ou seja, poderá escolher se comparece ou não. O convite será formalizado amanhã, às 10h.Jobim teria revelado, em reunião de coordenação política na última segunda-feira, que a Abin comprou ilegalmente maletas de interceptação telefônica. O assunto foi abordado hoje na CPI. JoséMilton Campana, diretor-adjunto afastado da Abin, afirmou que o aparelho serve para fazer varreduras, ou seja, para detectar escutas, e não para grampear telefones.A CPI decidiu convocartambém o diretor de Contra-Espionagem da Abin, Paulo MárcioPinto, além do detetive particular Eloy Lacerda, que foi presopela Operação Ferreiro, da Polícia Federal,acusado de realizar escutas clandestinas, além do juiz Rafaelde Oliveira Ferreira, do município de Itaguaí, no Riode Janeiro.Para votar osrequerimentos, os deputados interromperam o depoimento de José Milton Campana. Ele foi afastado junto com toda adiretoria da Abin, em meio às suspeitas de que a agência realizou escutas clandestinas que atingiram váriospolíticos, entre eles o presidente do STF Gilmar Mendes,denunciadas pela revista Veja.