Dono de agência de investigação depõe amanhã na CPI dos grampos

26/08/2008 - 20h39

Iolando Lourenço*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ComissãoParlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas TelefônicasClandestinas, da Câmara dos Deputados, toma amanhã (27),a partir das 14h30, o depoimento de Avner Shemesh, dono da agênciade investigação Online Security EG Sistemas deSegurança Ltda. Avner é umex-agente israelense, cuja empresa de sua propriedade teria atuadojunto com a Kroll em investigações para o banqueiroDaniel Dantas, dono do Banco Opportunity.Em depoimento na CPI,no dia 13 último, o banqueiro Daniel Dantas disse que aempresa Kroll foi contratada para investigar se houve algumailegalidade no valor imposto pela Justiça para a compra daCompanhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Segundo Dantas, nadisputa estavam a Brasil Telecom e a Telecom Itália, sóciasna época, e, para resolver a questão, a Justiçadeterminou que a empresa deveria ser vendida por US$ 800 milhões.Quem venceu a disputa foi a Brasil Telecom, que havia oferecido US$750 milhões e teve de pagar US$ 50 milhões a mais pelacompanhia Rio Grandense de Telecomunicações.A funçãoda Kroll era investigar para onde teria ido esse valor pago a maispela Brasil Telecom, segundo o banqueiro. "US$ 800 milhõessaíram dos cofres da Brasil Telecom e foram para os cofres daTelefonica da Espanha, e daí podem ter tido destinosdistintos. A função da Kroll era investigar se essedinheiro teria tido um destino ilícito", explicou Dantas.Ele tambémafirmou que a Kroll teria sido contratada em outras ocasiõespela Telecom Itália. Uma delas foi durante a época daprivatização. Nesse caso a Telecom Itália queriaevitar que o preço que ela iria oferecer na compra de umaempresa fosse antecipado aos concorrentes. "De fato a Krollprestou esse serviço. A Telecom Itália foi acontratante, não o consórcio, e quando surgiu oproblema dos grampos, ele não dizia mais respeito àTelecom Itália, ele não tinha mais nenhumamaterialidade em si", explicou o banqueiro.