Advogados de consultor de Daniel Dantas voltam a desqualificar acusação de suborno

22/08/2008 - 22h49

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Os advogados Hugo Chicaroni, consultor do banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, voltaram hoje (22) a afirmarque as acusações contra ele são “inconsistentes”. Maria Fernanda CarbonelliMuniz e Alberto Carlos Dias acompanharam os depoimentos de testemunhas dedefesa de Chicaroni no Fórum Criminal Federal, em São Paulo. Elesdisseram novamente que o réu não tentou subornar o delegado da Polícia FederalVitor Hugo Rodrigues, mas que teria sido induzido pelo também delegado Protógenes Queiroza pagar por informações de um inquérito.Segundo eles, comprovada essa atuação de Queiroz, a acusaçãode corrupção ativa iria por terra, já que o delegado não pode provocar umflagrante. “O Protógenes ligou para o Hugo [Chicaroni] e disse que estava com odelegado Vitor Hugo”, disse Alberto Carlos Dias, um dos advogados. “Na ocasião,os delegados  solicitaram R$ 50 mil atítulo de apresentação.”O argumento vem sendo usados pelos advogados desde a prisãode Chicaroni. De acordo com eles, os depoimentos e provas já incluídas noprocesso deixam cada vez mais claro que os métodos usados na investigação queculminou na Operação Satiagraha foram incorretos. Chicaroni é acusado pela Polícia Federal de participar do grupo comandado por Dantas, processado pelo crimes de evasão de divisas, sonegação fiscal, corrupção e formação de quadrilha, entre outros.Nélio Machado, advogado de Daniel Dantas, também disse àimprensa que acredita que as inconsistências na investigação desqualificam aacusação. “O processo é cheio de falhas, não atende aos reclames da lei e euacredito que o desfecho será favorável a defesa”, disse, ao sair do fórum. “Acausa está se esfacelando.”Machado afirmou que a defesa de seu cliente não está ligadacom a de Chicaroni, mas disse também que está claro que Protógenes ligava com frequência aoconsultor de seu cliente.Rodrigo de Grandis, procurador da Repúblicaresponsável pela acusação contra ambos os réus, preferiu não comentar a“estratégia da defesa”. Ele disse apenas que acredita na validade daacusação. “As provas estão bem consolidadas. O Ministério Público tem aconvicção que a acusação está fortificada. Então, vamos aguardar ostestemunhos.”