Plano Nacional de Estratégia de Defesa não tem precedentes no país, afirma ministro

22/08/2008 - 19h46

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai receber no dia 7 de setembro, quando se comemora a Independência do Brasil, o Plano Nacional de Estratégia de Defesa, considerado pelo ministro Mangabeira Unger, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, "uma iniciativa sem precedentes na nossa história". Trata-se, segundo ele, de proposta de "qualificação abrangente das Forças Armadas, por meio do vínculo indissolúvel entre o desenvolvimento do país e a Defesa".Segundo o ministro, a estratégia não está sendo formulada a propósito de qualquer sentimento de "ameaça por qualquer país do mundo. "Na América do Sul ou em qualquer parte do mundo não temos inimigos. Por isso, o nosso trabalho tem como foco o futuro do Brasil", asseverou."Nós nunca tivemos em toda a nossa história nacional uma grande discussão civil a respeito da Defesa e agora estamos determinados a ter", disse o ministro. Em entrevista à Agência Brasil, Mangabeira afirmou que  a proposta foi encomendada por Lula no dia 6 de setembro do ano passado, e não objetiva apenas equipar as Forças Armadas. Ela envolve a qualificação e a reorganização das Forças Armadas "em torno de uma cultura militar pautada pela flexibilidade, pela imaginação e pela audácia. Elas devem ter capacidade para surpreender e desbordar. A estratégia de Defesa prevê a reorganização da indústria brasileira de defesa quanto na parte privada quanto na estatal", conforme o ministro, e propõe também "o aprofundamento do serviço militar obrigatório".   Mangabeira conversou com a Agência Brasil, por telefone,  de Porto Alegre, antes de embarcar para Brasilia. Ele se reuniu durante a tarde de hoje (22)  no Comando Militar do Sul com oficiais-generais do Exército, Marinha e Aeronáutica para discutir o Plano de Estratégia Nacional de Defesa, que é presidido pelo ministro Nelson Jobim."Se o Brasil quiser desbravar um caminho próprio no mundo, precisa poder dizer não quando tiver que fazê-lo e ter escudo contra ameaças e intimidações. Precisa ter espaço para afirmar rigorosamente nossa originalidade coletiva. É  tudo isso que está proposto na discussão nacional da estratégia de defesa", afirmou Mangabeira.O ministro disse que está muito animado com o plano, discutido com  os oficiais do Exército, Marinha e Aeronática. "O plano que será apresentado exigirá sacrifícios da Nação e por isso mesmo toda a Nação deve participar do debate", acrescentou.