Organizações que atendiam grupos de risco eram apenas 11,6% em 2005

07/08/2008 - 0h24

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A localização das FundaçõesPrivadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasilnão acompanha a distribuição da pobreza no país.Enquanto 47,5% dos brasileiros com renda familiar per capitade até meio salário mínimo mensal em 2005estavam na Região Nordeste do país, apenas 15,6% dessasorganizações de Assistência social atuavam naregião.O dado faz parte do estudo sobre as Fundações Privadas eAssociações sem Fins Lucrativos no Brasil (Fasfil), realizado em 2005,em parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística(IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), AssociaçãoBrasileira de Organizações não Governamentais (Abong) e Grupo deInstitutos, Fundações e Empresas (Gife).O IBGE chama a atenção para o fato de queas 39,4 mil organizações de Assistência Socialque atendem aos grupos mais vulneráveis da população(crianças e idosos de baixa renda, adolescentes em conflitocom a lei, pessoas com deficiência) representavam, em 2005,apenas 11,6% do total das 338 mil Fundações Privadas eAssociações sem Fins Lucrativos existentes no paísà época.“No entanto, a pobreza é uma dasvulnerabilidades sociais que compõem o campo de açãoda assistência, embora não a única, pois ao seulado estão questões como a violência, o abuso e aexploração sexual de crianças e adolescentes, apopulação de rua e diversos problemas [existentes]no território nacional”, destaca oIBGE.Muitas dessas questões sociais, salientamos envolvidos no estudo, estãoconcentrados nos grandes centros urbanos das regiões maisdesenvolvidas.“Pode ser que essa amplitude de atribuiçõesdo setor explique parcialmente o porque da distribuiçãodas organizações de Assistência Social nãoseguirem necessariamente a distribuição da pobreza dopaís”, avalia as entidades.