Conselho Indígena nega que demarcação em área contínua crie vazios demográficos

04/08/2008 - 17h28

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador doConselho Indígena de Roraima (CIR), Jacir José deSouza, classificou hoje (4) de “mentirosas” as alegaçõesde que haveria grandes vazios demográficos com a demarcaçãoem área contínua da Terra Indígena Raposa Serrado Sol. Na área, de1,7 milhão de hectares, vivem aproximadamente 20 mil índiosque, segundo Jacir, trabalham a terra de forma diferenciada. “Temosrespeito aos rios, cachoeiras e lugares para a caça e a pesca.Sabemos viver em contato com a natureza e, quando dizem que háespaços vazios, não é verdade.”O líder macuxitambém ressaltou que a presença de produtores de arroze garimpeiros brancos naquela área já resultou em umasérie de agressões às comunidades tradicionais.“Perdemos 21 lideranças mortas a bala durante 35 anos deluta e nunca matamos nenhum branco. Nós não fomosinvadir outro estado, e lá dentro ninguém respeita agente.”Segundo Jacir, osíndios têm na Raposa Serra do Sol pelo menos 35 milcabeças de gado, além de plantações dearroz, feijão, milho e mandioca. Ele disse que, com a ocupaçãoda área contínua, seria possível aumentaressa atividade produtiva. O líder macuxi está em Brasília participando de um seminário promovido pelo Ministérioda Justiça para debater a situação da TerraIndígena Raposa Serra do Sol.