Morillo Carvalho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As políticas de combate ao racismo, xenofobia e intolerância avançaram desde a 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, que ocorreu em Durban, na África, em 2001, mas ainda estão longe das necessidades das minorias. A conclusão é da representante da comunidade Bahai, Mary Caetana Aune, que participou, desde sexta-feira (13), do Fórum da Sociedade Civil para a Revisão da conferência de Durban, realizado em Brasília.Até o fim da noite de hoje (15), os 400 participantes do fórum vão elaborar um documento com as demandas das comunidades e dos setores da sociedade que se consideram discriminados. Depois, a carta vai ser lida e entregue aos governantes das Américas que participarão da Conferência Regional das Américas para a Revisão da 3ª Conferência, em Brasília, de terça (17) a quinta-feira (19) desta semana.“A sociedade civil dos países que estão reunidos aqui tem uma avaliação de que houve avanços. Entretanto, eles estão muito aquém do que o plano de Durban previa. Por exemplo, a criação de organismos nacionais de todos os Estados-parte [nações signatárias] para tratar das questões de discriminação, xenofobia e intolerância correlata ainda está em processo, mas ainda não podemos efetivar mecanismos que tenham grande permeabilidade na política nacional”, diz Mary.Todo esse processo é preparatório para a próxima conferência mundial, que será em abril de 2009, em Genebra, na Suíça. Na ocasião, será definido um plano de ação para as políticas públicas anti-racistas que os países signatários deverão adotar pelos próximos cinco anos.Para o secretário de Planejamento da Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), Martvs Chagas, o Brasil ocupa posição de destaque no panorama internacional. “O Brasil vem cumprindo sua tarefa [para implantar as recomendações de Durban]", disse Chagas. Como exemplo, ele citou a criação de várias secretarias especiais, como a de Direitos Humanos, a das Mulheres e a de Igualdade Racial.