Presidente do DEM critica vice-governador do Rio Grande do Sul, mas não confirma punição

11/06/2008 - 23h32

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente doDemocratas (DEM), Rodrigo Maia (RJ), condenou hoje (11) a atitude dovice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Afonso Feijó, deter gravado uma conversa entre ele e o ex-chefe da Casa Civil doestado, Cézar Busatto. No diálogo, Busatto diz queórgãos da administração estadual, como oDetran, o Banrisul e o Daer, seriam usados para dar sustentaçãofinanceiras a partidos da base de sustentação dagovernadora Yeda Crusius, no caso o PP e o PMDB.A divulgaçãoda gravação determinou a queda de Busatto e esquentou oclima na CPI do Detran, instaurada pela Assembléia Legislativado Rio Grande do Sul para investigar o desvio de R$ 44 milhõesdos cofres do Detran. Por causa de investigações,outros secretários e servidores do governo Yeda Crusius jáperderam o cargo.O vice-governador sereuniu hoje com o presidente do partido para explicar por que fez agravação. De acordo com Maia, para a executiva dopartido, Feijó agiu certo ao denunciar os desvios no governogaúcho ao Ministério Público do estado e tambémà Polícia Federal, mas ele errou ao gravar aconversa."O método foi equivocado. Nós jádiscutimos isso com o vice-governador", afirmou. "Entendemosque a nossa obrigação como políticos,independente de ser governo ou oposição, édenunciar qualquer indício de ato ilícito”, disseMaia. “A crítica do partido era em relação aovazamento da gravação", acrescentou ele,referindo-se ao fato de Feijó ter entregue cópia dagravação a integrantes da CPI do Detran.Maia não dissese o partido vai ou não punir Feijó. Garantiu,entretanto, que o DEM continuará colaborando com o governo deYeda Crusius.O vice-governadoresclareceu que ele não tinha a intenção deprejudicar o governo de Yeda Crussius quando fez a gravaçãoda conversa. "Meu objetivo como vice-governador sempre foi decontribuir com o governo. De forma alguma meu objetivo foi deprejudicar a governadora", explicou.