Coordenador defende debate sobre democratização dos meios de comunicação

26/04/2008 - 18h48

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - O coordenador-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Celso Augusto Schröder, está entre os convidados do Fórum Social do Mercosul, que se realiza até segunda-feira (28) na Universidade Federal do Paraná. E disse ver na concentração e na verticalizaçãoda propriedade dos meios de comunicação um impedimento para a efetiva democracia doBrasil e das Américas.

“Isso significa implementar, entre outrascoisas, um efetivo controle público sobre os meios de comunicação. Não é estatizar, mas atribuir um estatuto de controle social, seja nosmeios privados ou estatais, reorganizaros sistemas por meio de mecanismos de regulação comuns há mais de 50 anos nos Estados Unidos, mas que aqui ainda não existem", afirmou.

Para Schröder,é preciso despertar a sociedade para entender que essa relação com a imprensa, no Brasil e na América do Sul, é fruto de políticas mal elaboradas. “Defendemos todo e qualquer direito de liberdade de expressão, mas que este direito venha com qualidade", destacou.

Na opinião do coordenador, ocidadão precisa de um meio de comunicaçãoque não esteja preocupado apenas com a audiência, mas com a produção de programas de qualidade e que cumpram seu papel de prestação de serviços: “Adimensão  que se deu à comunicação atéagora foi mais a de negócios. Nãosomos proprietários da informação – ela é pública e, como tal tem de ser tratada.”

Na solenidade de abertura, representantes dos movimentos sociais que participam do Fórum Social do Mercosul destacaram a "integração entre os povos da América Latina". A presidente da Associação dasMulheres do Paraguai, Lígia Prieto, disse que se o continente "não estiver unido não haverá tratado de livre comércio".

E a uruguaia Carmen Sosa, que liderou o plebiscitocontra a privatização da água no país em 1990, reforçou a importância daparticipação dos movimentos sociais para garantir a vitória: “Mais de 70% daspessoas votaram favoráveis à concessão dos serviços às empresas públicas e não  às particulares.”No final deste primeiro dia de debates, na Agenda dosTrabalhadores para o Desenvolvimento, o economista Cid Cordeiro, coordenador estadual do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), lembrou que as conquistas dos sindicatos nos últimos anos foram determinantespara o crescimento da economia. "Há um consenso entre lideranças de que essas conquistas foram fundamentais para o aumento na renda das famílias, a ampliação na geração de empregos, que levaram opaís a produzir mais riquezas e aquecer o mercado interno", disse.