Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Secretaria municipalde Saúde do Rio de Janeiro confirmou hoje (11) mais duasmortes por dengue na cidade. Um homem de 76 anos, morador do Bairrode Fátima, e uma menina de 8 meses, de Realengo. Na noitedesta quinta-feira (10) foi confirmada a morte de uma menina de 6anos em Senador Câmara. Com essas mortes, o número devítimas fatais por causa da dengue no município sobepara 50. Nesta sexta-feira, aJustiça estendeu por 72 horas o prazo para que todos os postosde saúde do município funcionem 24 horas por dia,inclusive nos finais de semana, para atender as pessoas com suspeitade dengue. De acordo com adeterminação da juíza Regina Coeli de Carvalho,feita no dia 2, todas as unidades tinham até estasexta-feira para se adequarem ao pedido da Defensoria Públicada União. Caso a determinação não fossecumprida, os secretários de Saúde do município edo estado, e o representante do Ministério da Saúde noRio de Janeiro seriam multados em R$ 10 mil. O autor da ação,defensor público André Ordacgy, disse que o objetivo daação é reverter o quadro da saúde no Rio."O sistema públicode saúde no Rio de Janeiro está completamente caótico.Está tudo invertido. Como seria o sistema perfeito? A porta deentrada do cidadão nesse sistema deveria ser pelos postos desaúde; em casos de maior gravidade, iria para centros dereferência e dali para as emergências dos hospitais. Hojeestá tudo invertido. O cidadão não tematendimento adequado nos postos de saúde e ele vai direto paraas emergências dos hospitais. Isso acarreta a superlotaçãoe, obviamente, a impossibilidade de atendimento. Não épossível que em plena epidemia de dengue, o cidadão nãotenha os postos de saúde funcionando 24 horas por dia. Essaação objetivou justamente corrigir essa falha nosistema de saúde", explicou.O prefeito CésarMaia anunciou por e-mail que irá cumprir a decisão."Na forma da liminar com apoio das três instânciasde governo. Decisão da justiça se cumpre",declarou. César Maiaconfirmou que alguns postos não abrem por questão desegurança, mas enfatizou que se refere ao período danoite. "Mas o que eu falei é do período da noite,pois com a presença dos traficantes os funcionários nãocomparecem", disse.O governador SérgioCabral declarou na manhã desta sexta-feira, durante ainauguração de 11 leitos de UTI pediátrica, emSão Gonçalo, na Baixada Fluminense, que o prefeitonunca procurou o governo para pedir reforço na segurançados postos de saúde localizados em área de risco. Noe-mail, o prefeito respondeu ao gobvernador."Ele estámais uma vez mal informado. Quem solicitou apoio foi o sindicato dosmédicos e o secretário de Segurança negou. Ágata[assessora de imprensa do prefeito] tem cópia",afirmou.Ainda nestasexta-feira, durante uma reunião com autoridades do estadopara discutir o combate à dengue, o secretário estadualde Saúde, Sérgio Côrtes, disse que acredita noapoio da Secretaria estadual de Segurança, caso a Prefeituraprocure sua ajuda para manter os postos localizados em áreasde risco abertos durante 24 horas.