Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Quatro das 14 pessoas atropeladas por um caminhão de som na madrugada de ontem (3) em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, permanecem hospitalizadas. Nota divulgada hoje (4) pela prefeitura de Sabará informa que Eliana Mosqueiro Nascimento, de 50 anos, foi submetida a cirurgia para amputar um dos braços. Ela também sofreu traumatismo craniano, mas apesar de não ter previsão de alta, não corre risco de morrer.
Gabriela Raimundo Batista Marcelino, de 10 anos, está em observação no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Mater Dei, porque durante cirurgia na perna dela os médicos constataram uma forte compressão no pulmão. A nota também informa que Sebastião Luciano Nascimento, de 46 anos, aguarda no Hospital Maria Amélia Lins uma cirurgia no fêmur direito, fraturado no acidente.
E que Vanderlei Madalena Silva, de 40 anos, deverá ser submetido na sexta-feira (8), no Hospital Galba Veloso, a cirurgia no braço esquerdo. Ele teve os dois braços fraturados no acidente em que morreu Mariana Nascimento Mosqueira, de 11 anos (e não 16, conformeinicialmente divulgado pela prefeitura). A prima dela, Stefânia Cristina, de seis anos, morreu ao chegar ao hospital.
Já receberam alta Amanda Diogo dos Reis, nove anos; Fernanda Diogo de Melo, 18 anos; Jéssica Cristine de Souza Silva, 12 anos; Laila Rodrigues Pinto, 21 anos; Ludmilla de Moura Silva, 20 anos; Maria Izabel Rodrigues Pinto, 51 anos; Rafaela Diogo Feliciano, 17 anos; Tainá Pinto Vitter de Souza, oito anos.
O caminhão modelo 608 Mercedes Benz, adaptado como um trio elétrico, seguia o bloco carnavalesco Mama África pelas ruas de Sabará quando, ao descer uma ladeira, ficou sem controle. O motorista do veículo, Márcio Aparecido Silva, 38, alegou que os freios falharam.
Silva foi submetido a um exame de teor alcoólico no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte e o resultado deve sair em 15 dias. Segundo a delegada de plantão, Joana Temponi, o exame foi realizado por precaução, já que o motorista não apresentava sinais aparentes de embriaguez. Em seu laudo, ela também explicou que ele não foi autuado em flagrante delito por não ter sido caracterizada negligência, imprudência ou imperícia. O motorista, acrescentou a delegada, agiu de forma defensiva e evitou que o veículo descesse a ladeira e provocasse estragos maiores.A prefeitura também divulgou hoje que o Corpo de Bombeiros havia vistoriado e autorizado o caminhão a operar como carro de som. Embora fosse a responsável pela realização do desfile, a prefeitura argumentou que a responsabilidade pelo veículo é da empresa Apollo Ltda-ME, contratada por meio de licitação após ter comprovado preencher todos os requisitos técnicos e legais para prestar o serviço.
Sob a alegação de respeito às vítimas, a prefeitura decidiu se retirar da programação oficial do carnaval e manter apenas a segurança nas ruas – escolas e blocos carnavalescos optaram por manter os desfiles desta noite. Com a decisão da prefeitura, não serão usados trios elétricos ou caminhões de som. O inquérito para apurar os fatos está a cargo da Delegacia de Caeté, para onde será enviada a documentação necessária.