Lourenço Canuto e Daniel Melo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - As exportações de frutas por empresas apoiadas pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) deverão render US$ 786 milhões neste ano. Estas vendas não envolvem todo o setor, mas apenas os produtores que fornecem frutas in natura, polpa e castanha de caju, informou o gestor de projetos da agência, Marcos Soares. A previsão para este ano, segundo ele, baseia-se no crescimento de empresas que participam do projeto de apoio da agência, iniciado com 60 exportadores em 2006. No ano passado, as vendas somaram quase US$ 700 milhões. E a previsão para o final deste ano é de que chegue a 130 o número de empresas participantes do projeto. Em entrevista à Agência Brasil, Soares informou que "os pequenos produtores também são convidados a participar de feiras em outros países, como a Fruit Logística 2008, em Berlim (Alemanha) de 7 a 9 próximos, e a FoodEx 2008, no Japão, entre os dias 11 e 14 de março". A maior parte das frutas brasileiras é vendida para os Estados Unidos e países da Europa. A meta da Apex é estender as vendas para a Ásia e o Oriente Médio, entre outras regiões "onde há mercado potencial". Por ser o maior exportador mundial, a China é o maior concorrente dos produtos brasileiros, seguida por Índia, México e Chile. Mas a vantagem brasileira, segundo Soares, é o fato de ter até duas safras de algumas frutas por ano, devido à extensão do território, enquanto a maioria dos países produtores só conta com uma colheita anual". De acordo com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no ano passado o país exportou 920 mil toneladas de frutas, ou US$ 644 milhões – 35,88% a mais que no ano anterior. Entre 14 culturas, as uvas de mesa são as mais vendidas, principalmente para União Européia, Estados Unidos e Canadá. No ano passado foram 79 mil toneladas, que renderam US$ 169 milhões – 43,29% a mais que em 2006. Em segundo lugar está o melão, com mais de 204 mil toneladas ou US$ 128 milhões, com aumento de 45,30% nas vendas em relação a 2006. A União Européia e o Japão compraram 116 mil toneladas de mangas no ano passado, o que rendeu US$ 89 milhões; a União Européia comprou 112 mil toneladas de maçãs (US$ 68 milhões), 115% a mais que em 2006; e a Argentina importou mais de 185 mil toneladas de bananas. O coordenador-geral de Sistemas de Produção Intregrada do ministério, Luiz Carlos Nasser, atribuiu os resultados à qualidade das frutas brasileiras. E anunciou para este ano melhorias na gestão dos sistemas de produção, de logística pós-colheita e de comercialização, que vão permitir maior valor agregado às exportações.