Dados da CPT indicam que menos conflitos no campo não significaram violência menor

30/12/2007 - 18h37

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A reduçãono número de conflitos agrários não significou violência menor no campo em 2007, apontam os dados da Comissão Pastoral daTerra (CPT). Segundo levantamento da entidade, de janeiro a setembrocaiu 40,8% o total de ocorrências contabilizadas como conflitos,em comparação com o mesmo período de 2006. São incluídos no levantamento disputas porterra e por água, acampamentos, invasões e casos detrabalho escravo, entre outros. Embora os dados dos últimos meses do ano aindanão estejam fechados, o quadro semanteve, segundo o advogado da CPT no Pará JoséBatista. Pelos números da pastoral, em 2006, para cada ocorrência, houve 1,2família expulsa e 16 despejadas, e houve um assassinato paracada 47 conflitos. Este ano, foram registradas cinco famíliasexpulsas e 19 despejadas para cada ocorrência, e um assassinatopara cada 44 conflitos.Ainda segundo a pastoral, o númerode famílias expulsas da terra que ocupavam por agentesprivados subiu de 1.317 para 2.711. O maior aumento foi na RegiãoCentro-Oeste, onde não foi registrada expulsão em 2006e ocorreram 318 neste ano.De acordo com os dados da OuvidoriaAgrária, do Ministério do Desenvolvimento Agrário,até agosto deste ano 43 pessoas morreram de forma morteviolenta no campo. Nenhum dos casos, segundo as investigaçõesda ouvidoria, decorreu de conflitos agrários.Apesar daqueda na quantidade de conflitos, o número de manifestaçõesaumentou. Em 2006 foram realizadas 579, com a participaçãode 359.998 pessoas. Já em 2007, os números indicam 671manifestações, com 465.394 pessoas.