Ministério Público do DF recebe laboratório para combate à lavagem de dinheiro

18/12/2007 - 21h28

Daniel Mello
Da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público do Distrito Federal (MPDF) e o Ministério da Justiça firmaram hoje (18) um acordo de cooperação para a instalação de uma unidade do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro, vinculada ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional.O laboratório é uma réplica da unidade existente no Ministério da Justiça e deverá começar a operar em março. Pelo acordo, o Ministério Público receberá softwares, equipamentos e servidores especializados em investigação financeira.De acordo com a promotora de Justiça do Núcleo de Combate a Organizações Criminosas do Ministério Público do DF, Alessandra Quiroga, o laboratório permitirá que investigações que levariam anos possam ser concluídas em meses, por causa da melhoria do potencial de investigação dos promotores."Os equipamentos têm uma capacidade muito grande de processar quebra de sigilo telefônico, bancário e telemático [correspondência eletrônica]. Depoimentos que as pessoas prestam, eles colocam no software e o próprio programa gera novos questionamentos e pontos de contradição. Enfim, é um arsenal muito moderno que vai ampliar muito nossa atuação", explicou Quiroga.Mesmo com a tecnologia do laboratório, Alessandra Quiroga ressalta a necessidade de mais pessoal para o Ministério Público. "Estamos com déficit de 600 servidores aqui no Ministério Público, então se somos ineficazes é porque não temos servidores nem promotores suficientes", destacou.O Distrito Federal foi a primeira unidade da federação a receber o laboratório porque, segundo o Secretário Nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, o MPDF está fazendo investigações da Operação Aquarela – operação da Polícia Civil do DF que desmantelou um esquema de desvio de verbas públicas do governo do Distrito Federal. “Nesse caso, há a necessidade de um laboratório próprio”, ressaltou.Segundo o Ministério da Justiça, mais dez estados deverão ganhar Laboratórios de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro. O próximo a receber a unidade será o Ministério Público de São Paulo, que utilizou as instalações do Ministério da Justiça para rastrear as contas de integrantes da organização criminosa PCC.