Investimentos na cultura aumentaram, mas podem ser maiores, diz Celso Frateschi

18/12/2007 - 18h16

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O investimento público com a cultura subiu 29,16% entre os anos de 2003 e 2005, passando de R$ 2,4 bilhões para R$ 3,1 bilhões. Entretanto, a participação do setor na aplicação total das três esferas de governo apresentou aumento de apenas um ponto percentual no período, elevando-se de 0,19% para 0,20%.Os dados constam do estudo Sistemas de Informações e Indicadores Culturais, divulgado hoje (18) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Para o presidente da Fundação Nacional de Arte (Funarte), Celso Frateschi - que representou o ministro da Cultura, Gilberto Gil, no evento - isso significa que ainda há um longo caminho a ser percorrido no incentivo à atividade cultural no Brasil. Em setembro deste ano, o ministro reconheceu que os investimentos na cultura em relação ao orçamento do governo federal (0,8% ) são inferiores aos das prefeituras (1%) e precisam ser ampliados.

Segundo Frateschi, esse percentual pode ser maior, caso se aplique na cultura o mesmo método de cálculo adotado para a educação, por exemplo.

“Tudo o que se aplica em educação e em outros segmentos que têm a ver com educação, é computado como dinheiro da educação. Se for pensar isso na cultura, a gente já superou 1%. Se você colocar o dinheiro aplicado na Lei Rouanet no orçamento da cultura, já superaria”.

Ele ressaltou que mesmo a meta de 1% ainda é pouca. "A gente não deve pensar na porcentagem, mas em considerar a cultura como um direito de cidadania em e ter os recursos para que isso seja realizado. Acho que tem que chegar a 3%, 4%, 5%”.

Em cidades como Toronto (Canadá), acrescentou Frateschi, o orçamento de lazer e cultura atinge 36%. “A idéia é continuar trabalhando para a melhoria da qualidade de vida do ser humano. Isso não tem um limite. Uma primeira base é esse 1%, mas  sem dúvida nenhuma vamos ter que superar, e muito".