Estudo inédito vai avaliar a alimentação dos indígenas

18/12/2007 - 18h23

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A FundaçãoNacional de Saúde (Funasa) vai fazer uma pesquisa inéditapara saber como anda a alimentação dos índios. Oestudo vai analisar, principalmente, a situaçãoalimentar e nutricional das mulheres em idade fértil (entre 14e 49 anos) e de crianças com menos de cinco anos, parapromover políticas públicas adequadas àspopulações indígenas. O presidente da Funasa,Danilo Forte, explicou que um dos objetivos do estudo é saberquais são as diferenças existentes entre os povosindígenas para elaborar soluções específicaspara cada região. “Os costumes, a alimentação,o tipo de comportamento, são diferentes. Têm comunidadesque são nômades, outras são fixas. Cada etnia,cada aldeia dessas têm um comportamento alimentar, nutricionale cultural totalmente diversificado”, disse. O estudo, que vaicustar cerca de R$ 3,5 milhões, será feito em parceriacom a Associação Brasileira de Pós-Graduaçãoem Saúde Coletiva (Abrasco), e financiado pelo Banco Mundial. O pesquisador do Grupode Saúde Indígena da Abrasco Ricardo Ventura Santosdisse que além de saber como está a alimentaçãodos índios, a pesquisa vai determinar as principais causas dosproblemas que afligem essas comunidades. “A questãonutricional envolve uma multiplicidade de determinantes, que vãodesde a questão do saneamento, à exposiçãoa doenças diarréicas e pneumônicas, atécausas muito mais amplas relacionadas à forma de inserçãodas sociedades indígenas na sociedade brasileira como um todo,incluindo o tamanho das terras indígenas, a inserçãono mercado de trabalho, as oportunidades educacionais e o serviçode saúde prestado”, afirmou.Santos destacou oineditismo da pesquisa. “Nós temos pesquisas nacionais paraa população brasileira desde a década de 70, masnão temos uma caracterização ampla para aspopulações indígenas. O que nós temos sãoestudos de casos de algumas etnias em regiões específicasno Brasil”, lembrou. O pesquisador disseque, além de fazer questionários sobre os hábitosdos índios, os pesquisadores vão medir e pesar osíndios, coletar sangue para medir a hemoglobina e colher dadosnos serviços de saúde da região. O mapeamento dasituação alimentar e nutricional dos índiosbrasileiros começa em janeiro do ano que vem, e atédezembro de 2008 os resultados devem estar concluídos.