Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A presidente daAssociação de Familiares e Amigos das Vítimas doVôo 1907, da Gol, Angelita De Marchi, disse hoje (17), duranteaudiência pública da Comissão Parlamentar deInquérito (CPI) do Apagão Aéreo da Câmara, que os parentesdas 154 vítimas do acidente ocorrido em 29 de setembro de 2006esperam que o relatório da Comissão traga respostas sobre ascausas e os responsáveis pela crise do setor aéreo.“A expectativa éde que realmente tenhamos respostas, que as pessoas não tenhamvindo expor todos os problemas para, depois, ficarmossem informação. Esperamos que nossas sugestões sejam averiguadas e atendidas”, afirmou. Amanhã (18), o relator da CPI,deputado Marco Maia (PT-RS), começará a apresentar seu parecer final sobre as investigações. Ele disse que serão incluídas 32 propostas depois de ouvir as críticas, sugestõese depoimentos dos parentes das vítimas.Durante a audiênciade hoje, com a participação também dos parentes dos mortos no acidente com o Airbus A320 da TAM, ocorrido em 17 dejulho deste ano, a Associação cobrou rapidez no pagamento das indenizações e prorrogação, por mais um ano, do plano de saúde oferecido pela Gol.Os parentes também reclamaram da falta de apoio da Gol e da Força AéreaBrasileira (FAB) para homenagear as vítimas no próximo dia 29. Angelita De Marchi informou que a Associação pediu transporte até Brasília, onde planeja realizar uma cerimônia, no Jardim Botânico. À FAB a Associação pediu transporte à Fazenda Jarinã, em Mato Grosso, para "agradecer o apoio e o carinho do dono e dos funcionários, que se colocaram à disposiçãopara atender a todos". Segundo a presidente, ainda não houve resposta. Angelita De Marchi disse que porreceio da lentidão da Justiça brasileira, a maioria dosparentes preferiu recorrer à Justiça norte-americana: "Nos Estados Unidos, o tempo médio de tramitação de uma ação é entre um ano e meio e três anos, enquanto no Brasil essa média é de cinco a dez anos, quando nãochega a 40 anos, como vemos alguns casos”.Ela responsabilizou pelo acidente os norte-americanos Joe Lepore e Jan Paladino, que pilotavam o jato executivo Legacy quando colidiu com o Boeing da Gol: “Pelo que temos acompanhado, todos os indícioslevam à culpa deles, por não terem experiência no avião que conduziam, por desligaremo transponder (equipamento capaz de evitar colisões entreaeronaves) e por não cumprirem o plano de vôo”.