Lula diz que país se preparou e não quer ser vítima de uma crise que americanos têm que resolver

17/09/2007 - 20h32

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em entrevista àimprensa, em Madri, o presidente Luiz Inácio Lula da Silvadisse ter certeza de que a crise imobiliária americana nãoirá afetar o Brasil. “Eu não tenho nenhum medo, e tenho muitacerteza de que essa crise não irá afetar o Brasil,exatamente porque nós nos preparamos porque fomos vítimasda crise russa, fomos vítimas da crise asiática, e nãoqueremos ser vítimas de uma crise em que os Estados Unidos têmque resolver o seu problema”. Lula disse que falará com o presidente dosEstados Unidos sobre o assunto na viagem que fará àquelepaís ainda este mês. “O Brasil não comprou ostítulos americanos, portanto eu vou encontrar meu amigo Bushagora, no dia 24, e vou dizer: Bush, resolva o problema da crise,porque nós não deixaremos ela atravessar o Atlânticoe chegar ao território brasileiro”. O presidente Lula voltou a falar da importânciada integração entre os países da Américado Sul e o restante do mundo. E destacou que o Brasil tem relação“extraordinária” com todas as nações. “Tem gente que achava que nós deveríamosbrigar com a Bolívia por conta dos problemas do gás.Tem gente que acha que nós precisamos brigar com o Chávez.Eu quero mais é trazer o Chávez para o Mercosul e faltasó o Congresso Nacional aprovar para que ele possa entrar noMercosul. E as divergências que tivermos, nós vamosacertando”. Lula também elogiou a relaçãoentre Brasil e Espanha e voltou a destacar que as duas naçõesdefendem a democratização da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU). “Brasil e Espanha entendemque não é possível que a ONU hoje tenha a mesmaestrutura que tinha há 60 anos. O mundo mudou, a geografiapolítica do mundo mudou, e é preciso que a ONU semodernize, da mesma forma que Espanha e Brasil têm a mesmavisão de que é preciso um mundo comercial mais justo,de que é preciso que a Rodada Doha concretize um acordo paranós empatarmos”.