Grazielle Machado
Da Agência Brasil
Brasília - Só com investimento na produçãopesqueira o brasileiro vai poder pagar mais barato por esse tipo dealimento, avalia o coordenador de comercializaçãoda Secretária Especial de Aqüicultura ePesca (Seap), Guilherme Crispim. Para ele, a produção pesqueira noBrasil ainda não está madura e o que é produzidoatualmente não é suficiente para que o preçocaia.“Existempeixes mais baratos e mais consumidos. Por exemplo o Tambaqui, que éum pescado amazônico e próprio do Brasil, esse peixeganhou escala de produção há uns seis anos, apartir desse momento o preço dele se estabilizou e ele évendido a R$5 ou R$7 em todo o Brasil. Isso ocorreu porque houveinvestimento na produção. O desafio é produzirem grande quantidade para que todo o cardápio sejaestabilizado”, ressaltou Crispim.Atualmenteo Brasil produz um milhão de toneladas de pescado por ano. Comos programas da Seap o governo estima que esse número deva chegar a1,7 milhões de toneladas até 2011, um crescimento de70%. Com esse crescimento, o preço de peixes emariscos deve cair, fazendo com que o alimento se torna mais acessívelpara a população. Asprevisões são do chefe de gabinete da Seap, ClebersonZavaski. Ele explicou que a secretaria tem vários programasque incentivam a produção de pescado no Brasil. “Temosvários programas, a maioria que investe na infra-estrutura daprodução pesqueira do país, isso visa aumentar aprodução brasileira, aumentando a oferta o preçotende a cair”. Essasemana a Seap está fazendo uma campanhaem todo o Brasil para incentivar o consumo de pescado. Zavaski falou de doisprogramas para incentivar o crescimento da produçãopesqueira, que segundo ele são os mais emblemáticos dasecretaria. Um deles é o Pro-Frota pesqueira que que visa renovar e modernizar a frotapesqueira oceânica do Brasil. Operadesde 2005 e é um programa onde são feitosfinanciamentos para a construção de novas embarcações.“Jáforam investidos R$ 118 milhões no setor da pesca industrialoceânica do Brasil. No total serão 520 embarcações.Já foram construídos 38 barcos. Issobeneficia desde cooperativas de pequenos pescadores atéempresários e grandes empresas”, explicou Zavaski.Osgoverno brasileiro também tem investido em TerminaisPesqueiros, que servem de apoio para pescadores. “É umcomplexo, tem desde de a questão do combustível atéo gelo para o armazenamento. A embarcação desembarca opescado que passa por uma lavagem, um pré-resfriamento e temtoda uma logística de distribuição ecomercialização do pescado. Existe inclusive umafiscalização sanitária”, resumiu.Deacordo com Zavaski, os terminais começaram a ser umaprioridade da Seap em 2003. São 20 terminais espalhados pelacosta brasileira, mas apenas quatro já estão emfuncionamento, o de Laguna, em Santa Catarina, o de Cananéia eo de Santos em São Paulo e o de Vitória, no EspíritoSanto. Até agora o governo já investiu R$ 60 milhõesno programa.