Vitor Abdala
Enviado especial
Washington (EUA) - A reunião entre os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, George W. Bush, marcada para o próximo sábado (31)não poderá definir os rumos da Rodada de Doha, da Organização Mundial de Comércio (OMC), mas deverá servir como um ponto de avanço, pelo menos entre os dois países, já que ambos têm o desejo de um "resultado ambicioso".A expectativa é do embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota. "Havendo uma sintonia boa entre Brasil e Estados Unidos, a expectativa é que isso repercuta de forma favorável mais amplamente no exercício negociador".Ele lembrou que a Rodada de Doha envolve outros países, como os da União Européia e outras nações em desenvolvimento, e que, por isso, nem tudo poderá decidido na reunião entre os dois presidentes neste sábado."Não seria realista que eles possam negociar, só os dois, para resolver a rodada inteira. O que há é uma tentativa de organizar os próximos passos e etapas de modo a se chegar o mais próximo possível a um ponto de inflexão".Segundo o embaixador, a rodada, que contempla discussões sobre redução de subsídios agrícolas em países desenvolvidos e de barreiras para produtos industrializados nos países mais pobres, vem tendo avanços nos últimos encontros entre representantes dos governos dos dois países. Na visita deste sábado, novos passos devem ser planejados para negociações nos meses de abril e março."O relógio está correndo, e é necessário que se chegue logo a ponto de inflexão para que, a partir daí, se faça apenas o trabalho de arrematar os detalhes e implementação das grandes linhas e da grande barganha", afirmou Patriota.