Ministro diz que Estado continuará buscando informações sobre desaparecidos políticos

28/03/2007 - 21h38

Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, disse hoje (28) que o governo continuará buscando informações sobre a localização dos corpos de desaparecidos políticos, ao menos que seja reconhecida a versão do coronel aviador Pedro Correa Cabral sobre a Guerrilha do Araguaia.“Até que haja uma informação, que não é nada simples, confirmando a versão do alto oficial da Aeronáutica, ou desautorizando expressamente essa informação", disse. "Mas eu, pessoalmente, acredito muito na possibilidade de localizar mais corpos. Não sei se todos".No relatório da Comissão Interministerial voltada para a identificação dos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia, apresentado hoje (28), há informações de que o coronel Cabral afirmou que teria havido uma operação limpeza em fevereiro de 1975. Com isso, ainda de acordo com o documento, os corpos dos guerrilheiros teriam sido incinerados na Serra das Andorinhas (PA). A declaração do coronel foi feita em 2001, durante depoimento à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.No testemunho, Cabral - autor do livro “Xambioá: Guerrilha no Araguaia” - disse ter participado da operação, cujo objetivo era limpar a área de qualquer prova que indicasse que ali havia acontecido uma guerrilha. Os corpos, segundo ele, foram lançados próximos a uma palmeira junto com pneus velhos e em seguida foram queimados. Ainda assim, o coronel disse acreditar que existam vestígios da ação no local.Para o ministro Vanucchi, “não pode oficialmente haver um oficial com um depoimento contundente, transcrito em livros, utilizado pela própria Polícia Federal na preparação da diligência de dezembro de 2006, e isso ficar convivendo com uma informação que tende a ser incompleta, insuficiente, evasiva”.No relatório apresentado hoje, a comissão conclui que as Forças Armadas não têm documentos oficiais sobre a Guerrilha do Araguaia, porque toda a documentação teria sido destruída em momentos históricos distintos.O minsitro ressaltou, no entanto, que o relatório divulgado hoje  “reafirma o compromisso do governo , portanto, corresponde a uma nova gestão junto às Forças Armadas para que num prazo razoável prestem as informações que o Estado brasileiro precisa”