Manifestação de estudantes no Rio termina em tumulto

28/03/2007 - 19h56

Beatriz Mota
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma manifestação que reuniu mais de 1.500 estudantes de escolas públicas do Rio de Janeiro, hoje (28), acabou em tumulto. Os estudantes, de escolas municipais e estaduais, caminharam durante a tarde pelas ruas do Centro para exigir a manutenção do passe livre nos transportes coletivos. Depois de bloquearem todas as pistas da Avenida Rio Branco, durante mais de uma hora, os estudantes seguiram em passeata para a Rua 1º de Março, que também foi interditada. Para dispersar os manifestantes, o Batalhão de Choque da Polícia Militar disparou balas de borracha e jogou bombas de gás lacrimogêneo em direção à multidão, que se concentrava em frente à Assembléia Legislativa do Estado. Os estudantes revidaram atirando pedras e objetos que encontraram pelas ruas. Pedestres que passavam pelo local foram atingidos. Um manifestante, que fugia da confusão, denunciou que a atitude da polícia foi precipitada e desnecessária. "Os policiais jogaram bombas a esmo e só começamos a revidar quando fomos atingidos, várias pessoas acabaram passando mal. Nós estávamos apenas reivindicando nossos direitos", disse o estudante. Uma jovem foi detida, acusada de ter jogado pedras contra o prédio do Tribunal de Justiça. Ela foi levada para a Delegacia de Proteção à Criança e ao  Adolescente. Durante o confronto pelo menos um policial foi ferido, atingido por uma pedra na cabeça. O comandante do 13º Batalhão da PM, coronel Edson de Almeida, disse que a polícia tentou controlar pacificamente a situação. "A Policia Militar e a Guarda Municipal vinham controlando pacificamente a manifestação, até que alguns vândalos causaram este transtorno", disse. A manifestação era em protesto contra decisão judicial, publicada no Diário Oficial do estado na última quinta-feira, que considera o passe livre inconstitucional. A medida do Tribunal de Justiça atendeu a uma ação das empresas de ônibus do estado. Segundo a assessoria de imprensa da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), o objetivo não é acabar com o direito dos estudantes, mas garantir que os custos de suas passagens sejam pagos pelo estado, e não pelas empresas.