Diretor do BC vê cenário favorável para economia interna com nova projeção de crescimento

28/03/2007 - 17h49

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O fato de o Banco Central aumentar a projeção de crescimento econômico neste ano, de 3,8% para 4,1%, revela um “cenário mais otimista” para a economia doméstica, na opinião do diretor de Política Econômica do banco, Mário Mesquita.O BC elevou a previsão de crescimento depois que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006, que passou de 2,9% para 3,7% com a nova metodologia de cálculo.Mesquita disse hoje (28) que a principal razão da nova projeção é a perspectiva de uma safra recorde de grãos e a maior oferta de alimentos. O BC corrigiu de 3,7% para 4,8% a estimativa de crescimento do setor agropecuário em 2007.Também foram corrigidas para cima as projeções de crescimento da indústria (4,7% em dezembro do ano passado para 5%), de serviços (2,4% para 2,5%) e do consumo das famílias (5,6% para 6%).“O Brasil está mais resistente a choques e pode continuar sua trajetória de crescimento”, opinou, em sua primeira entrevista como diretor de Política Econômica. Ele substituiu Afonso Sant'Anna Bevilaqua, que deixou o cargo no início do mês.Mesquita disse que alguns indicadores “sugerem que o ambiente para investimentos também é favorável”, tais como risco-Brasil e juros caindo, além da estabilidade macroeconômica. Por isso, segundo ele, o BC estima US$ 20 bilhões de investimento estrangeiro direto (IED) no setor produtivo, neste ano e no próximo.Quanto à inflação, o relatório trimestral do BC não mudou praticamente nada em relação ao anterior. A projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que era de 3,9%, agora é de 3,8%.