Conferência em agosto avaliará aplicação do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres

25/03/2007 - 14h01

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A 2a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, prevista para o mês de agosto, já começou a ser preparada, com a realização de videoconferência, na semana passada, para que municípios e estados participem da organização do encontro. A meta dessas reuniões preparatórias, segundo a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, é avaliar a aplicação do Plano Nacional e incentivar os futuros participantes a levarem problemas, dificuldades e sugestões para discussão. Nas reuniões, são eleitos os delegados à etapa nacional. “A gente pretende incentivar as pessoas a discutirem não só as ações federais, mas as metas do Plano que são responsabilidade de estados e municípios. Como vivemos em um estado federativo, existem ações que só podem ser feitas pelos gestores municipais e pelos governadores, como a criação da delegacias das mulheres, que é uma atribuição estadual", informou a secretaria adjunta Tereza Souza, em entrevista à Rádio Nacional.As conferências estaduais devem ser realizadas até junho e precisam apresentar um relatório das discussões. Para a 2ª Conferência Nacional está prevista a participação de 2,8 mil delegados escolhidos nesses encontros estaduais. A eleição deles levará em conta aspectos como diversidade de raça, de classe e a liberdade sexual. “Queremos estimular a participação das mulheres sem espaço”, disse Nilza Iraci, da comissão organizadora. Ela acrescentou que estados “podem ter que buscar mulheres com este perfil”. Na primeira conferência, em 2004, foi elaborado um documento com 199 ações com o objetivo de discutir a participação feminina nos espaços de poder e a aplicação Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Entre essas ações, políticas para as áreas de saúde, educação, trabalho e autonomia da mulher, e combate a violência. “Um quinto eixo é o incentivo à criação de órgãos de defesa dos direito das mulheres nos estados e municípios”, destaca a secretária-adjunta, ao informar que a atuação do governo federal em parceria com esses órgãos permitiu avanços, por exemplo, no combate à anemia falciforme (doença hereditária que causa má formação sanguínea).  “Esse problema atinge principalmente as mulheres negras e não existia um recorte diferenciado para ele. Com os órgãos de defesa atingimos postos de saúde em nível municipal, hospitais estaduais e federais", avaliou Tereza Souza. Alguns encontros municipais já foram realizados, como os de Porto Velho (RO), Petrópolis (RJ) e Artur Nogueira (SP).