Amazônia precisa ser cultivada como "jóia rara", defende coordenadora da Pastoral da Criança

25/03/2007 - 12h49

Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A coordenadora nacional da Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa, Zilda Arns, defende que a Amazônia seja cultivada como "uma jóia rara que nós temos de preservar para o benefício de todos". Em entrevista à Rádio Nacional da Amazônia, ela afirmou que para a auto-sustentabilidade da região é preciso conservar o meio ambiente, alcançar o maior número de comunidades ribeirinhas na redução da mortalidade infantil e da desnutrição, e promover a paz e a educação da mulher, "que é a grande transformadora social". Zilda Arns destacou que a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como lema Amazônia e Fraternidade – Vida e Missão neste Chão, é um trabalho que se faz todos os dias, "é um chamado, discutindo a biodiversidade, a inclusão social de tantos pobres, promovendo a conscientização de todos”. Depois de lembrar que esteve há pouco em Guiné Bissau, onde a preservação da Amazônia também foi discutida, a coordenadora afirmou que "será um caos se continuarem a derrubar as matas, não só na Amazônia, mas no Brasil inteiro". E alertou para "uma conscientização sobre o meio ambiente, porque é uma questão de sobrevivência – a ganância de poucos não pode acabar com a saúde e com o bem-estar do Brasil e do mundo”. Na opinião de Zilda Arns o governo precisa cuidar da Amazônia com mais seriedade, com mais fiscalização, com leis mais adequadas, para que haja a auto-sustentação das comunidades locais. "Esses povos sofrem muito. O assunto é urgente e o Brasil não pode ficar dormindo em cima desse problema, um dos mais graves do país e do mundo – a destruição de uma natureza tão fantástica”. A coordenadora destacou ainda que a Pastoral da Criança e do Idoso sempre trabalhou na conscientização das famílias: "Apesar de ser da Igreja Católica, a Pastoral sempre atuou de maneira ecumênica e nós convocamos todas as religiões para se abraçarem e tornarem a Amazônia uma peça rara, porque precisamos nos unir para preservar".