Seminário promove troca de experiências sobre desenvolvimento com União Européia

21/03/2007 - 22h13

Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Técnicos de diversas áreas da administração pública federal discutem até amanhã (22), no seminário Concertação para o Desenvolvimento: Lições Européias para o Brasil, as experiências da União Européia (UE) no desenvolvimento de políticas públicas entre os países membro. O objetivo do encontro, aberto hoje (21), é construir um modelo próprio de agenda de desenvolvimento.

A professora Maria João Rodrigues, conselheira especial da Comissão Européia, salientou que a UE tem uma agenda de longo prazo para o desenvolvimento, adotada desde 2000, e que está sendo implementada nos 27 estados membros para estimular o crescimento, criar mais e melhores empregos, manter a coesão social e o respeito ao meio ambiente.

Na opinião da conselheira o Brasil está em um “momento chave” para a adoção dessa agenda, porque pretende abrir uma “rota de desenvolvimento de longo alcance” e a troca de experiências é útil. Ela lembrou que após a adoção da agenda na União Européia, foram adotadas medidas concretas para melhorar a vida dos cidadãos e das empresas. E citou a criação de empregos na área de saúde, serviços de apoio às famílias, às pequenas e médias empresas, entre outras melhorias nas áreas de habitação, transporte e meio ambiente. 

Mas, segundo a conselheira, a grande ajuda aos trabalhadores europeus foi a de fazê-los perceber que alguns empregos já estão superados e é preciso prepará-los para o futuro. Com isso, acrescentou, “tem ocorrido grande modernização nas políticas de emprego na Europa”, por meio de bons serviços de emprego, de conciliação e bom treinamento.

“A UE também está tendo progresso na criação de novas empresas, processo que hoje dura às vezes uma hora apenas, porque todos os procedimentos estão coordenados", lembrou.

Na opinião de Maria João Rodrigues, o Brasil precisa crescer mais rápido. "É um país com imenso potencial nos seus recursos naturais e na sua população. O que falta agora é uma concertação (capacidade de atuar em conjunto apesar das diferenças) entre governo, congresso e sociedade civil organizada, na implementação de uma agenda de desenvolvimento comum. Além de infra-estruturas ambiciosas e novas políticas industriais, é necessário dar prioridade à educação, que é a grande alavanca para o desenvolvimento dos países hoje, além da preocupação constante na luta contra a pobreza”, disse.

O secretário-adjunto de Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento, Denis Sant’Anna Barros, destacou que a troca de experiências evitar erros na construção do modelo brasileiro, possibilitando uma articulação melhor entre as políticas do governo federal, estados e municípios. "Essa articulação tem se mostrado evidente diante de problemas como a violência nos grandes centros urbanos, a pobreza ou a preservação do meio ambiente, que não podem ser resolvidos sem ações integradas entre os entes federativos”, disse.