Entidade de pais de crianças com síndrome de Down pede apoio ao governo

21/03/2007 - 21h58

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao participar hoje (21) da cerimônia de lançamento da campanha Aprendendo com as Diferenças, no Senado, a coordenadora geral do Instituto MetaSocial, Helena Werneck, pediu o apoio do governo federal para garantir às pessoas que têm síndrome de Down o acesso a cuidados básicos. 

“Nós, pais, com nossa mobilização, fazemos a sociedade se movimentar para cobrar as coisas. Quando pedimos o apoio do governo estamos nos referindo a toda a parte básica de saúde, educação e estimulação precoce de que essa garotada precisa”, disse.

A MetaSocial é uma organização não-governamental sem fins lucrativos direcionada para o desenvolvimento de projetos de informação e a busca de parcerias junto a empresas, visando à inclusão da pessoa com deficiência.

Helena Werneck destacou a importância do atendimento básico de saúde desde os primeiros anos de vida das pessoas que têm Síndrome de Down e afirmou que cerca de 85% das famílias onde há alguma pessoa com deficiência física não têm acesso aos serviços básicos de saúde. “O governo tem que determinar às secretarias estaduais e municipais de Saúde que multipliquem essa política básica de atendimento e as integre às outras áreas. Principalmente para aqueles que não têm condições de pagar. Quando a gente cobra o governo, é nisso: ações mínimas, mas que precisam ser feitas”, disse.

Os mais pobres, segundo a coordenadora, são os que mais sofrem com a falta de informações. "Além das dificuldades financeiras e da ausência de políticas articuladas, a falta de informação que alimenta o preconceito também dissimula o sofrimento. Se eu não sei que existe uma escola especial, qualquer uma serve e eu não sofro. Quando a gente divulga essas informações, vai aguçando esse sentimento de procurar o melhor”, acrescentou. Helena Werneck lembrou ainda a importância da aprovação do Estatuto das Pessoas com Deficiência, não só para o reconhecimento desses direitos, mas também para que a sociedade possa cobrar: “Como qualquer país, precisamos ter as regras e as leis, para que elas sejam cumpridas e cobradas”. O estatuto já foi aprovado no Senado e aguarda agora a apreciação na Câmara dos Deputados.