Professor sugere criação de ouvidoria para concessões públicas de rádio e TV

22/03/2007 - 18h42

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A implantação de ouvidorias nos veículos de comunicação poderia ser uma exigência do poder público para autorizar ou renovar concessões a emissoras de rádio e televisão. Essa é a avaliação do sociólogo e jornalista Laurindo Leal Filho, professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP). Para ele, o desconhecimento de que esses veículos dependem de concessões públicas faz com que a cobrança de telespectadores e ouvintes não seja tão forte como deveria. "O publico não cria nenhum tipo de mecanismo para cobrar a qualidade desse serviço nem de exigir a presença de um ouvidor para dar seqüência as suas reclamações", diz o professor. Segundo ele, as ouvidorias nos meios de comunicação são muito restritas no Brasil. "É uma prática que ainda não se disseminou como deveria, mas é uma necessidade para que a sociedade possa ter um diálogo mais freqüente e conseqüente com os meios de comunicação", avalia, lembrando que, nos meios impressos, há apenas dois jornais que disponibilizam o serviço aos leitores: Folha de S.Paulo e O Povo, de Fortaleza. Laurindo Leal Filho considera que a reformulação da ouvidoria na Radiobrás é um avanço, e espera que a experiência sirva de exemplo para estimular outros veículos de comunicação. Especialmente em relação à implantação da Coluna do Ouvidor na Agência Brasil, ele avalia que a experiência na internet nunca foi cogitada por outras empresas. "Acredito que esse exemplo da Radiobrás está anos-luz à frente da situação real da presença de ouvidores no Brasil", comenta.