Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Na avaliação do professor Rogério Cezar de Cerqueira Leite, do Instituto de Física da Universidade de Campinas (Unicamp),  não vale a pena o governo discutir a retomada da construção de Angra 3.Primeiro porque as peças do reator da usina nuclear estão defasadas, pois forammontadas há cerca de 25 anos. Segundo porque a indústria nuclear mundial encontra-se em umaterceira fase de geração comercial. Isso faz com que Angra 3 esteja atrasada em relação a usinas de outros países.“Ela é uma usina obsoletapara recomeçar agora. Claro que existem usinas operando no país, como Angra 2,que é do mesmo tipo e modelo de Angra 3. Ou seja, ela não é mais uma usina moderna”.Embora o governo já tenha investido US$ 750 milhões na compra de equipamentos (de acordo com a Eletronuclear, estatal responsável pela operação de Angra 1 e Angra 2), o professor pondera que seria menos custoso ao país recomeçar o projetodo zero em vez tocar em frente o que está parado há tanto tempo.“Acho que o Brasil tem quecomeçar a fazer seus próprios reatores, pois temos competência paraisso. Os recursos que poríamos em Angra 3 seriam suficientes parainiciar o programa de pesquisa e desenvolvimento no setor. Isso é querealmente nos daria a autonomia futura nessa área”.Segundo o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair DiasGonçalves, seriam necessários US$ 2 bilhões para concluir oprojeto.