Revisão do crescimento da economia coloca Brasil no G 8 desde 2005, comemora ministro

21/03/2007 - 19h48

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez novas estimativas dos dados da economia brasileira, a partir da revisão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país). "Agora o G 8 é com o Brasil dentro", comemorou o ministro, ao comentar que já em 2005, segundo os novos cálculos divulgados hoje (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil se tornou a oitava economia do mundo."A economia brasileira está crescendo num ritmo mais elevado do que aquele que nós imaginávamos. Portanto, atingiremos uma meta de crescimento vigoroso mais rapidamente", disse Mantega. O dado mais importante, no entender do ministro, é o da relação entre a dívida pública e o PIB. Ele calculou que essa relação tenha caído de 51,5% para 46,5% em 2005 – período mais recente do PIB adotado nos números divulgados pelo IBGE. "Uma boa conclusão a que poderemos chegar é que agora está mais fácil de alcançar o investment grade", comentou o ministro, referindo-se ao "grau de investimento" que as agências de classificação atribuem a um país para sinalizar a investidores que podem aplicar seus recursos na região sem riscos.Também caiu a carga tributária – a relação entre os impostos e contribuições pagos por empresas e cidadãos e o PIB. A Receita Federal estimava uma carga de 37,4% do PIB em 2005 e, com o novo cálculo, o percentual ficou em 33,7%.  O déficit fiscal nominal – quanto o governo fica devendo após pagar os juros da dívida – saiu de 3,28% para 2,96% do PIB. Com o novo cálculo, no entanto, também caiu o superávit fiscal – economia feita para honrar a dívida, sem contar os juros –, de 4,83% para 4,35% do PIB. E a meta de superávit primário, de 4,25%, terá que superar, em termos nominais, os R$ 90 bilhões previstos inicialmente para 2007. Mantega não quis antecipar novas projeções para este ano, sob o argumento de que aguardará a divulgação, pelo IBGE, dos dados do PIB de 2006, prevista para a próxima semana. "A única coisa que o governo está garantindo é que os fundamentos da economia brasileira melhoraram. Hoje o Brasil é um país mais sólido, está crescendo mais do que se imaginava, se tem uma dívida menor e déficit nominal menor. Agora, o que nós vamos fazer é algo que nós não discutimos ainda", afirmou.O ministro adiantou apenas que os números que dão base ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) serão revistos. Mas ressaltou que os investimentos permanecerão os mesmos.