ONU prevê 2,5 bilhões de pessoas a mais em 2050 se fecundidade continuar caindo

21/03/2007 - 20h53

Monique Maia e Julio Cruz Neto
Da Agência Brasil
Brasília - O mundo terá 2,5 bilhões de pessoasa mais em 2050 se a fecundidade continuar caindo nos países emdesenvolvimento. A população subirá dos atuais6,7 bilhões para 9,2 bilhões nesse cenário,segundo estudo do Fundo de População das NaçõesUnidas (UNFPA, na sigla em inglês).A taxa defecundidade, que mede a propensão das mulheres a ter filhoscom base no número médio de nascimentos, têm caídono mundo. Era de 5,02 no período 1950-1955, hoje é de2,55 e em 2050 deve chegar a 2,02, de acordo com previsão daONU.Nas regiões consideradas menos desenvolvidas, astaxas são: 6,15 em 1950-1955, 2,75 hoje e 2,05 em 2050. Ouseja, o ritmo de redução será mais lento atéa metade deste século, mas continuará ocorrendo. Maisinformações podem ser obtidas no sitedo UNFPA.Por outro lado, o estudo informa quea população mundial cresceria 5 bilhões,chegando a quase 12 bilhões, se a taxa de fecundidadecontinuasse nos níveis atuais. Desse total, 10,6 bilhõesestariam nas nações menos desenvolvidas.“Atualmente,cerca de 200 milhões de mulheres nesses países nãotêm acesso a serviços contraceptivos seguros eeficazes”, disse a diretora-executiva do UNFPA, Thoraya AhmedObaid, em nota divulgada pelo órgão. “Deve-seaumentar os recursos destinados a planejamento familiar para atenderàs necessidades dessas mulheres”.A representanteadjunta do Fundo de População das NaçõesUnidas, Taís Santos, acha que o acesso e a utilizaçãode métodos contraceptivos podem ajudar no planejamentofamiliar e contribuir para a redução dos níveisde fecundidade.“O trabalho consiste em orientar e ofereceros meios para que essas pessoas possam fazer escolhas dentro dos seusdireitos”, explicou à Agência Brasil. “Oplanejamento familiar é diferente do controle de natalidade,que é utilizado em alguns países como a China e sebaseia em um método coercitivo”.Mas esse aumento de5 bilhões de pessoas é um cenário que “ninguémacha seriamente que vai acontecer”, na opinião o demógrafoRalph Hakkert, especialista do UNFPA que coordena uma pesquisa sobrea relação entre população e a agenda dosObjetivos do Milênio,em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisas EconômicasAplicadas).Taís Santos pondera que a previsãodo contingente populacional não deve ser encarada como dogma.“Esses números são hipóteses que podem seconfirmar ou não. Mas é importante ter essa visãofutura para que se possa adequar o planejamento de politicaspublicas, afinal, é a população quem determinaas demandas sociais”.Segundo ela, as projeçõessão baseadas nas combinações dos seguintesfatores: fecundidade, mortalidade e migraçãointernacional.