Fecundidade cai "barbaramente" no Brasil, diz demógrafo da ONU

21/03/2007 - 21h25

Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A taxa de fecundidade das mulheres brasileiras deve cair abaixo de 2 em 2020, segundo estimativa do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês). Na opinião do demógrafo Ralph Hakkert, o Brasil é um exemplo de país onde o índice tem diminuído "barbaramente".A taxa de fecundidade, que é a medida da propensão das mulheres a ter filhos, era de 6,15 em 1950. Está em 2,25 hoje, cairá abaixo de 2 em 2020 e chegará a 1,85 em 2050, se a previsão da ONU se confirmar.Hakkert, que coordena um estudo sobre as relações entre a população e os Objetivos do Milênio das Nações Unidas, afirma que alguns países da América Latina apresentam trajetória semelhante à do Brasil, como o México. Mas aponta uma diferença.O México investiu em promoção de planejamento familiar propriamente dita a partir de 1974, quando foi realizada a primeira conferência mundial sobre o tema. Já o Brasil, diz ele, começou a lidar com isso no final da década de 80, mas com outra ênfase: garantir a saúde reprodutiva, que tem entre seus componentes o objetivo de evitar gravidez indesejada.A UNFPA divulgou estudo com a seguinte previsão: o mundo terá 2,5 bilhões de pessoasa mais em 2050 (dos atuais6,7 bilhões para 9,2 bilhões) se a fecundidade continuar caindo nos países emdesenvolvimento. E deve continuar, assim como no mundo de maneira geral. Leia mais ao lado.