Ocupação de prédios do Ibama marca Dia Internacional de Luta contra Barragens

15/03/2007 - 0h51

Raquel Mariano
Da Agência Brasil
Brasília - Diversas manifestações e ocupações foramrealizadas hoje (14) para marcar o Dia Internacional de Luta contra as Barragens.Integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da Via Campesina ocuparamduas unidades do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis(Ibama) em Minas Gerais e Santa Catarina.Em Belo Horizonte (MG), cerca de 150 famíliasaproveitaram a ocupação do Ibama para protestar contra a transposição do RioSão Francisco.Os militantes também exigiram a intervenção doIbama na construção da barragem de Baguari, que funcionará no município de GovernadorValadares. Outra reivindicação foi o cancelamento da licença dada pelo órgão paraa construção da usina hidrelétrica de Aimorés.De acordo com o superintendente do Ibama de MinasGerais, Roberto Messias Franco, para garantir a desocupação do prédio, houve um acordo depois de uma reunião entre representantes do instituto e dos movimentos sociais.O Ibama se comprometeu em rever o projeto deAimorés para verificar se ocorreu alguma falha no processo de licenciamento quepossa justificar o seu cancelamento. O instituto também ficou de acompanhartodos os passos para a construção da usina de Baguari juntamente com o governoestadual.Em Florianópolis, os integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragensexigiram principalmente a redução nos preços da energia elétrica e o fim dossubsídios nos preços para as grandes empresas nacionais e internacionais.Segundo um dos coordenadores nacionais do movimento Marco Antônio Trierveiler,as manifestações ocorreram no Ibama pela responsabilidade que o órgão tem comos atingidos por barragens.“Nós queremos fortalecer o Ibama como órgãolicenciador desses grandes projetos. Então achamos que o Ibama tem aresponsabilidade de cuidar de todos os problemas ambientais e sociais que sãocausados por esses projetos.”Trierveiler espera que o movimento seja recebido pela ministra do MeioAmbiente, Marina Silva. A entidade quer discutir a transposição do Rio SãoFrancisco, além dos riscos ambientais que a construção de novas barragensoferecem.