Brasil pode ser formador de preço para mercado de etanol, avalia BM&F

14/03/2007 - 22h43

Nielmar de OLiveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O domínio da tecnologia da produção, a diversificação da qualidade da cana produzida no país e o conhecimento adquirido ao longo das últimas décadas poderão fazer do Brasil um formador internacional de preços, caso o etanol venha de fato a se tornar uma commoditie internacional. A opinião é do diretor de Mercados Agrícolas da Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F), Felix Schouchana.A grande vantagem, para ele, da visita do presidente dos Estados Unidos ao Brasil, George W. Bush, na semana passada, onde assinou memorandos de entendimentos na área de biocombustíveis foi, exatamente, o de dar destaque e visibilidade ao etanol produzido no país.“A visita de Bush foi muito boa como propaganda, como forma de divulgação do etanol brasileiro para o resto do mundo. O Brasil será, com toda a certeza, o principal agente internacional neste processo de transformar o etanol em uma commoditie e de atendimento à demanda internacional crescente pelo produto”, afirmou.Na avaliação do economista, o acréscimo da produção no Brasil deve ser voltada para atender a outros países que não os Estados Unidos, onde o consumo do álcool importado sofre sérias restrições em razão da sobre-taxa. Ainda na avaliação do diretor de Mercado da BM&F, o Brasil precisa voltar-se para mercados de outros países onde não há muitas alternativas de fontes energéticas renováveis.“Este é o caso da maioria dos países da Europa, que não tem como ampliar a sua produção de energéticos alternativos.O Japão com uma demanda cada vez mais crescente, também, é uma opção”, acrescentou.A decisão de tentar transformar o etanol em uma commoditie internacional só tem vantagens para o país, acredita. “A gente tem a tecnologia na mão, variedade de cana com qualidade e eficiência, destilarias e usinas com elevada produtividade, e podemos transferir tecnologia para outros países” ressalta.