Ministério adia leilões de energia nova para junho

14/03/2007 - 17h06

Ivan Richard e Nielmar de Oliveira
Da Agência Brasil
Brasília - O Ministério de Minas e Energia anunciou hoje (14) o adiamento de maio para junho de leilões de energia nova, por causa do interesse acima do esperado e da necessidade de a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ter mais tempo para habilitar os candidatos.A informação foi dada pelo ministro Silas Rondeau, durante audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.Para o leilão destinado a complementar a carga já contratada para o ano de 2010 (energia A-3), marcado inicialmente para 24 de maio, o número de usinas cadastradas chega a 177. Isso representa uma capacidade de geração de 19.952 megawatts.Já para o leilão com foco no ano de 2012 (A-5), que ocorreria em 10 de maio, a EPE recebeu a formalização de 102 cadastros de empreendimentos, com potência equivalente a 16.498 megawatts.“Não posso dizer quanto vai ser comprado [de energia], só posso dizer que a quantidade de inscritos para venda é maior que a demanda”, afirmou hoje o ministro Rondeau.A previsão, segundo ele, é de se gerar 19.900 megawatts/hora, divididos da seguinte forma: 16% de energia hídrica (obtida a partir da água), 80% térmica (queima de combustíveis fósseis, como os derivados de petróleo, e de carvão) e 4% eólica (vento).Para a energia nova A-5, a divisão será feita da seguinte forma: 19% hídrica (a partir da água), 78% térmica (queima de combustíveis fósseis, como petróleo, e carvão) e 3% eólica (vento). Para A-3, a divisão é a seguinte: 16% hídrica, 80% térmica, 4% eólica. E para as fontes alternativas, 28% hídrica, 33% biomassa, 39% eólica.Um dado curioso salientado pelo presidente de EPE, Maurício Tolmasquim, diz respeito à presença de empreendimentos eólicos: 14 usinas se habilitaram, com potência equivalente a 1.196 mw.O deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), que participou da audiência, disse que o Brasil pode enfrentar problemas de abastecimento nos próximos anos devido à dificuldade na concessão de licenças ambientais para aconstrução de novas usinas hidrelétricas. Na avaliação dele, o adiamento dos leilões é "umaclara e evidente manifestação de que a disponibilidade de hidrelétricas nãoestá de acordo com o esperado".Segundo o deputado, as usinastermelétricas têm custo mais elevado que as hidrelétricas e utilizam gás natural para funcionar, combustível com o qual o país enfrenta problemas de abastecimento, por causa das recentes negociações com a Bolívia.