Fábricas de remédios contestam decisão do governo e ministro rebate argumentos

14/03/2007 - 21h11

Daniel Merli
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) emitiu nota criticando a decisão do governo de determinar um “desconto mínimo obrigatório” de 25% sobre o preço de atacado para alguns produtos vendidos para governos estaduais, municipais e federal. Isso significa que um remédio que sai da fábrica a R$ 4 deve ser vendido a R$ 3.A Interfarma considera a decisão "arbitrária" e discorda da medida, apesar de se dizer "preocupada em aumentar o acesso a medicamentos com o menor custo possível". Segundo a nota, os preços brasileiros são definidos de acordo com a cotação internacional que se baseia no preço médio do medicamento em alguns países. Num deles, os Estados Unidos, a cotação é feita de acordo com o programa de medicamento aos veteranos de guerra, que segundo a nota, já tem um desconto de 25% sobre a média de mercado. Por isso, a Interfarma acredita que a decisão do governo promove um "duplo desconto".O ministro da Saúde, Agenor Álvares, contestou, em entrevista à Agência Brasil, afirmando que a Interfarma foi consultada antes da decisão. E que o desconto foi calculado com base em descontos obrigatórios exigidos por outros países.