Diretor defende criação de bancos comunitários para atender economia solidária

12/03/2007 - 16h59

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor do Departamento de Fomento à Economia Solidária doMinistério do Trabalho, Dione Soares Manetti, defendeu hoje (12) que uma dasalternativas para aumentar o acesso das comunidades de economia solidária aomicrocrédito é fomentar a criação de bancos comunitários. “Os bancoscomunitários podem dinamizar as atividades econômicas dentro das própriascomunidades. Eles podem ser ferramentas de distribuição de pequenos créditospara a atividade produtivas nas comunidades”, afirmou. Os recursos para pequenos empréstimos dos bancoscomunitários vêm dos próprios produtores, de doações ou de programas degoverno. “Há experiências de bancos comunitárias que têm se desenvolvido comaportes locais. Um banco comunitário, às vezes, é criado com R$ 1 mil e partir daícomeça a fazer o crédito rodar”, explicou Manetti.  Manetti, que participa do último dia de treinamento de 331agentes comunitários que vão atuar em 540 municípios brasileiros noacompanhamento de pequenos empreendimentos de economia solidária, admitiu queatualmente as políticas públicas não atendem a toda a demanda dos pequenosprodutores. Por isso, segundo ele, seria necessário também estimular adiversificação dos meios de acesso aos financiamentos, como o microcrédito, osbancos comunitários e os fundos solidários (recursos para apoiar iniciativasprodutivas baseadas nas práticas e culturas locais com o objetivo de levardesenvolvimento sustentável às comunidades de baixa renda). “Há um passivo muito grande do estado com a sociedade. Hojeas nossas políticas ainda não dão conta de responder ao tamanho da demanda queexiste no conjunto da sociedade. O que pode ajudar a superar essas dificuldadesé a diversificação dos instrumentos de crédito. Há uma diversidade deinstrumentos de crédito que precisamos trabalhar, sem achar que uma únicamodalidade vai dar conta de responder às necessidades das pessoas”, afirmou. O agente de economia solidária de Caxias do Sul (RS)Henrique Porto Lusa defende que antes de tentar um microcrédito é necessária oorganizar cooperativas. “Queremos formar as cooperativas, dar uma oportunidadepara os produtores regionais se auto-organizarem, para depois fazer a discussãode acesso ao microcrédito que garantam a eles a criação de empreendimentos”,afirmou. O agente comunitário do Distrito Federal e entorno JoséFerreira Gomes também defende que os empreendedores que ele acompanha precisamainda de organização, antes de pedirem um empréstimo. “Estamos identificando osgrupos existentes, a demanda dos grupos, e organizando novos grupos para que aeconomia solidária possa atender a todos. Ainda estamos em um processo deorganização para, então, buscar esse crédito”, explicou.