Congonhas terá vôos remanejados durante reforma da pista auxiliar

23/02/2007 - 18h24

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Aviões fretados ou de pequeno porte, que representam em torno de 5% das 620 operações diárias do Aeroporto de Congonhas, terão o número de vôos limitado a partir de terça-feira (27). O início das obras de reforma da pista auxiliar está previsto para a segunda-feira (26). De uma média de 170 operações por dia com essas aeronaves, “limitaremos a 101 os movimentos com coordenação do aeroporto”, informou a diretora da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac), Denise Abreu. Os vôos restantes, explicou, terão que embarcar ou desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos.De acordo com o cronograma da Empresa Brasileira de Infra-Estrututura Aeroportuária (Infraero), a reforma deverá durar 120 dias, mas a pista auxiliar já poderá receber aviões em cerca de 75 dias, sempre que os procedimentos não puderem ocorrer na pista principal. Diariamente, a pista auxiliar é utilizada em até 12% dos vôos. Quando estiverem corrigidos os declives que hoje levam à formação de poças de água em dias de chuva – e obrigam ao fechamento do terminal –, também deverá ser reformada a pista principal. Segundo Denise Abreu, no dia 19 de março será realizada audiência pública para discutir essa segunda reforma, que deverá demorar cerca de dois meses. Ela garantiu que o plano estratégico não deverá prejudicar os usuários, porque as companhias da aviação comercial farão a redistribuição de horários e o terminal ficará aberto de 5h30 a 0h30. Denise Abreu falou ao deixar a sede do Tribunal Regional Federal da 3a Região, onde fora consultar decisão da Justiça sobre a manutenção, em Congonhas, das operações dos modelos Fokker 100 e Boeings 737-700 e 737-800. Ela estava acompanhada de Josef Barat, também diretor da Anac, que disse ter sido "o planejamento estratégico adotado para o período da reforma” o fator de convencimento da desembargadora Cecília Marcondes, da 3ª Turma do Tribunal, a concordar com a manutenção desses aviões em operação.A desembargadora havia determinado que caso a Anac não apresentasse laudos técnicos comprovando a segurança de operações para esses três modelos, eles não poderiam operar em Congonhas a partir de segunda-feira (26). Ela se manifestou depois de analisar o processo, recebido anteriormente pelo desembargador Antônio Cedenho, que havia concedido liminar favorável à Anac e mantido a restrição para pousos e decolagens apenas em dias de chuva.O recurso judicial foi parar nesse Tribunal devido à decisão de proibir os pousos, tomada no dia 5 pelo juiz Ronald Carvalho Filho, da 22a Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo. Ele adotara a medida após receber pedido do Ministério Público Federal de interdição da pista.