Capacitação para novas áreas em escola indígena é tema de seminário no Amazonas

05/02/2007 - 21h32

Bárbara Lobato
Da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 60 representantes de 23 etnias indígenas, de organizações não-governamentais e do Conselho Nacional de Educação (CNE) participam até sexta-feira (9) de seminário em São Gabriel da Cachoeira (AM) para discutir a inclusão de novas tecnologias de manejo com recursos naturais no currículo da Escola Agrotécnica local, do Ministério da Educação. Segundo Gersen Baniwa, primeiro indígena a participar do Conselho, a comunidade reivindica a inclusão do ensino dessas tecnologias nas áreas de pesca, mineração e apicultura, e não apenas na agricultura e na pecuária, "pontos que não são trabalhados na região". Ele acrescentou que "os indígenas ainda encontram muitos desafios na área de educação, eles querem ajuda para o desenvolvimento da comunidade – e uma escola técnica tradicional não oferece isso".

Um dos representantes das comunidades indígenas, André Fernando Baniwa, vice-presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), defendeu que "a Escola Agrotécnica tem que trabalhar o conhecimento das comunidades aliado à tecnologia dos homens brancos, é uma evolução muito importante para nós".

O município de São Gabriel tem mais de 200 escolas indígenas. No seminário, também serão discutidos projetos-piloto regionalizados, no ensino básico e no fundamental.