Justiça Federal mantém proibição de obras para Jogos Pan-Americanos no Rio

18/01/2007 - 21h43

Vladimir Platonow e Carlos Borges
Repórteres da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Justiça Federal manteve suspensa a construção da garagem de barcosna Marina da Glória, zona Sul da cidade, para abrigar as provas de vela dos Jogos Pan-Americanos. A decisão foi tomada hoje (18) pelo juiz Flávio Tenemblat, da10a Vara Federal, em ação da prefeitura contra o Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (Iphan). O município pedia a liberação para aretomada das obras depois de elas terem sido embargadas pelo Iphan, pordeterminação do Ministério Público Federal. Na decisão, o juiz concluique as obras embargadas da Marina não são imprescindíveis à realizaçãodos Jogos e ressalta que existem opções, como a Escola Naval e o IateClube. O superintendente do Iphan-RJ, Carlos Fernando Andrade,comemorou a decisão. “Por algum momento a opinião pública foi levada acrer que o Iphan estava contra o Pan. Nós torcemos para que o eventoaconteça da melhor maneira possível, seja lá onde for, mas sem deixarmarcas profundas na cidade”, disse. E acrescentou que o Iate Clube Guanabara,na Ilha do Governador, também tem condições de sediar as provas. Aresponsável pelo inquérito civil público sobre a necessidade deconstruir a garagem na Marina da Glória é a procuradora da RepúblicaGisele Porto. A prefeitura do Rio afirmou, por meio da assessoria decomunicação, que só vai se pronunciar sobre o assunto depois que forinformada oficialmente da decisão judicial. A polêmica surgiuporque a Baía da Guanabara é tombada pelo Iphan e os técnicosargumentam que a construção de uma garagem de barcos permanente, commais de 10 metros de altura, prejudicaria a visão de pontos turísticosimportantes da cidade.