Pesquisa aponta otimismo moderado entre os empresários para 2007

18/01/2007 - 18h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os empresários estão otimistas quanto à evolução da economia neste primeiro semestre. É o que revela a pesquisa Cenários Macro-Econômicos, divulgada hoje (18) pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).Para o presidente da entidade, Alfried Plöger, as empresas se mostram mais seguras sobre as expectativas do que no segundo semestre do ano passado, embora façam críticas a indefinições no quadro político-econômico. Ele analisou que o otimismo é moderado e que a pesquisa sinaliza para uma repetição do que ocorreu em 2006. E citou que de acordo com 71% das respostas, neste ano haverá crescimento do Produto Interno Interno (PIB), que é a soma de todas as riquezas geradas no país. Contudo, acrescentou, “a pior notícia é de que se espera um PIB de 2,7% a 2,8%”.Já com relação ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o governo federal deverá anunciar na segunda-feira (22), a expectativa do empresariado é pessimista porque, segundo Plöger, "boa parte dos recursos disponíveis já foi consumida pelo aumento do salário mínimo e pelo aumento de 4,5% no desconto do Imposto de Renda".Os juros reais deverão manter a tendência de queda, para 85% dos pesquisados. Apenas 2% estimam que haverá elevação. A expectativa ficou em torno de 13% ao ano, o que Plöger considera uma queda “muito frouxa”. A taxa Selic está hoje em 13,25% ao ano e no dia 24 será realizada a primeira reunião de 2007 do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Para o empresário, em termos de juros reais (9%), o Brasil ainda está distante de países desenvolvidos, onde a taxa varia entre 1% e 3% ao ano. “Mas ninguém espera que haja alta. O Banco Central deverá pisar no freio e diminuir o ritmo de queda da taxa Selic”, disse.A tendência para os investimentos, aponta a pesquisa, é de alta para 68% dos entrevistados. Quanto ao nível de emprego, 56% dos empresários apostam em alta, contra 44% que disseram acreditar em estabilidade. Segundo Plöger, os setores da construção civil e do agronegócio puxarão as contratações, enquanto o setor gráfico deverá reduzir o número de funcionários.A expectativa de 76% do empresariado é de manutenção da inflação em baixa, enquanto para o câmbio a perspectiva é de estabilidade, de acordo com 68% dos entrevistados. E Plöger disse esperar um ajuste nas cotações das empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mas não "uma crise, porque uma série de empresas está com valores em Bolsa superiores ao seu valor patrimonial".