Terceirização das obras do metrô provocou 11º acidente, diz sindicato

15/01/2007 - 19h45

Daniel Merli e Gabriel Corrêa
Da Agência Brasil
Brasília e São Paulo - O desabamento da última sexta-feira (12) foi o principal acidente ocorrido em obras da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Mas não o primeiro. Desde o início da construção da nova linha 4-Amarela do Metrô, ocorreram 11 acidentes, afirmou hoje (15) Flávio Godoy, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do estado.Nos outros acidentes, seis trabalhadores já haviam se ferido e um outro morrido em acidentes na construção desta linha, desde maio de 2005.O problema, para o sindicato, foi a terceirização dos fiscais da obra. Esta foi a primeira obra do Metrô, segundo o sindicato, em que a fiscalização da obra não foi feita por funcionários da estatal. O sindicato afirma que a obra da linha 2, que não foi terceirizada, não teve nenhum acidente em sua construção.De acordo com ele, o trabalho do consórcio a linha 4-Amarela era acompanhado por quatro engenheiros da Companhia do Metropolitano de São Paulo, que “apenas conferiam se a obra estava sendo realizada”. O presidente e o secretário de comunicação não responsabilizaram os engenheiros e disseram que a Companhia do Metropolitano de São Paulo os impede de se declararem sobre o acidente.A construção e manutenção das outras linhas da cidade, as obras foram gerenciadas pelo corpo técnico do Metro, disse Xavier. “Antes [construção de outras linhas], os engenheiros [do Metro] fiscalizavam e liberavam o trabalho das construtoras”, declarou.Em 2003, foram afastados cerca de 400 funcionários do corpo técnico da empresa, setor responsável pelos projetos de manutenção e expansão das linhas, disse Xavier. O sindicato dos metroviários pedem a suspensão imediata das obras de construção da linha 4-amarela, para revisão do projeto e que a realização de uma auditoria nas obras que não tenha ligação com o governo, disse o presidente do sindicato.