Haddad considera razoável piso salarial para professores proposto por confederação

15/01/2007 - 18h22

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A proposta de elevação do piso salarial dos professores para R$ 1.050 no nível médio e R$ 1.575, no superior, defendida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE), é considerada razoável pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. Em reunião na última sexta-feira (12), o Ministério da Educação e representantes da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho dos Secretários Estaduais de Educação (Consed) e do CNTE decidiram formar um grupo de trabalho para chegar a uma única proposta para o piso salarial dos professores. Os valores sugeridos pela CNTE são a atualização de um documento de 1994, que fixava em R$ 300 o valor do piso salarial para uma jornada semanal de 40 horas. O valor foi corrigido, acrescentou-se 50% da remuneração para professores com nível superior, e a jornada de trabalho foi reduzida para 30 horas semanais.“Tivemos a primeira reunião na sexta-feira, e me parece que essa reivindicação da CNTE é bastante razoável. Houve um acordo que não foi cumprido. Por que não resgatar esse acordo histórico e verificar as condições da sua aplicabilidade hoje?”, questionou o ministro. A presidente da CNTE, Jussara Vieira, acredita que os valores propostos serão aceitos pelo Governo Federal, embora possam enfrentar barreiras nos estados e municípios que arrecadam pouco dinheiro. Para resolver o problema, ela sugere que a União também faça a complementação do salário dos professores, como será feito com os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica  (Fundeb).“Achamos que deverá haver uma complementação também da União para que os estados possam praticar esses valores. O piso, na verdade, será pago pelos estados e municípios, e achamos que, a exemplo do que está acontecendo no Fundeb, onde a União está aportando recursos para a educação básica, também no piso tenha que haver um aporte da União para conseguirmos chegar a esse valor”, afirmou Jussara. De acordo com dados da CNTE, os estados do Nordeste são os que têm o menor piso salarial no país. “O problema do salário é grave em todos os estados brasileiros, mas, nos estados do Nordeste, a situação ainda é mais complicada”. O governo federal deve encaminhar ao Congresso Nacional até o dia 30 de abril o projeto de lei que criará o novo piso salarial nacional para os professores da educação básica.