Protocolo de Madri pode reduzir custos de registro de marcas ligadas à moda nacional

13/01/2007 - 0h25

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A adesão do Brasil, a partir de2008, ao Protocolo de Madri [um sistemainternacional de registro de marcas], deverá beneficiar as pequenas emédias empresas nacionais, já que tornará possível a desburocratização das operações, simplificação dos procedimentos e barateamento dos custos. A avaliação é da analista depropriedade industrial do Instituto Nacional de PropriedadeIndustrial (INPI), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústriae Comércio Exterior, Susana Maria Serrão Guimarães.“OProtocolo vai facilitar a vida de todo mundo, dos brasileiros e dequalquer outro que deseje registrar internacionalmente para cá”,acrescentou a analista. Em agosto do ano passado, em entrevista à Agência Brasil, o presidente do INPI, Jorge Ávila, havia observado que “é mais fácilmonitorar os pedidos de marca em uma única base do que em vários países diferentes”. De acordo com Suzana Guimarães, com a adesão aosistema internacional de registro, o trabalho dos técnicos doINPI deve aumentar. Somente em marcas, o instituto contabiliza um total de 300 depósitos nacionais por dia. Para desenho industrial, foram feitosmais de cinco mil depósitos no ano passado, contra quatro mil em 2005.E a tendência é de crescimento, “e muito, dos depósitos nacionais, oque é mais importante”, disse ela.Para Suzana, o aumento dos pedidos de registro de marcas, patentes edesenhos industriais no Brasil, sobretudo aqueles ligados ao mundo damoda, mostra que a indústria brasileira está evoluindo de formapositiva e inovadora. “Eu diria que a moda é não copiar. A moda écriar”. Como coordenadora substituta de desenho industrial do INPI,ela observou que  o cenário brasileiro nesse campo da criaçãonacional  “mudou muito de dez anos para cá e para melhor”.Ela destacou a percepção das empresas nos últimos anos no sentido daimportância do setor de design. “Não se importa mais um catálogo e secopiam os produtos. Agora, cria-se”, afirmou. A especialista lembrou que vários criadores brasileiros, como Antonio Bernardo, designer dejóias, têm obtido premiações importantes no exterior todos osanos.A partir de terça-feira (16), o INPI participa, pelaprimeira vez, da Bolsa de Negócios Fashion Business, realizada paralelamente à Fashion Rio. O objetivo é orientar osempresários de todos os portes e  cooperativas artesanais ligadasà moda a protegerem suas criações e produtos destinados à exportação.