Previsões meteorológicas de longo prazo não atendem às necessidades do setor energético, aponta ONS

12/01/2007 - 22h17

Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Responsável pela coordenação e pelocontrole da operação das instalações de geração e transmissão deenergia elétrica do sistema nacional, o Operador Nacional do SistemaElétrico (ONS) também necessita de informações climáticas precisas paraplanejar suas ações. Mas não costuma considerar as previsões de longoprazo em seus estudos qüinqüenais, segundo o gerente de Hidrologia doONS, Vinicius Forain Rocha.

Asprevisões de precipitação de chuvas e de temperaturas, explicou, são dedez e sete dias, respectivamente. Ele acrescentou que os modelos deprevisão de longo prazo ainda não são confiáveis.

“Precisamosde informações relativas a um espaço de tempo maior, mas, por enquanto,elas ainda não têm uma resposta confiável. O ONS tem de elaborarestudos olhando cinco anos à frente para decidir os impactos que avariabilidade de consumo e de precipitação podem ocasionar. Hoje,concretamente, não usamos essas informações nem para daqui a um ano”,disse.

Rocha admite, no entanto, queas previsões de tempo e clima contribuem para aperfeiçoar a operação dosetor e para a melhor utilização dos recursos. Além de empregar doismeteorologistas, o ONS recorre à informações de instituições como oCentro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado aoInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

Osestudos climáticos, esclareceu, têm uma contribuição para três aspectosdas atividades do operador nacional. Sob a perspectiva da geraçãohidrelétrica, lembrou, é necessário antecipar a precipitação de chuvasa fim de calcular a capacidade de geração de energia a partir dedeterminado volume hidrelétrico. Informações sobre o volume de chuvasnas bacias hidrográficas, por exemplo, são fundamentais para asatividades do ONS.

Um segundoaspecto é a previsão da demanda por energia, para a qual são levadas emconsideração as previsões de temperatura, já que uma elevação tem fortecorrelação com o consumo. O terceiro aspecto, que Rochaconsidera importante para a coordenação das redes de transmissão, é aocorrência de fenômenos naturais como chuvas ou ventos fortes perto daslinhas de transmissão. Nesses casos, explicou, com os avisos prévios,os técnicos monitoram a situação e podem elaboram alternativas paraevitar falhas.